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montesclaros.com - Ano 25 - quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
 

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Mensagem: Uma peça histórica Manoel Hygino Em parceria com o Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, a Associação dos Magistrados Mineiros promoveu conferência excelente de Ângelo Oswaldo de Araújo Santos, na sede da entidade, para registrar o centenário da Semana de Arte Moderna, em São Paulo. Prefeito de Ouro Preto pela quarta vez e membro da Academia Mineira de Letras, Ângelo ofereceu uma aula sobre a importância daquele singular acontecimento literário-artístico. Para Rogério Faria Tavares, presidente da Academia que me encaminhou cópia do original, é uma verdadeira aula de História, de Arte e de Literatura, como acima anotei. Aliás, a palavra do conferencista, pode ser assistida pelo site da AML. Ângelo Oswaldo, em primeiro lugar, lembra a atração que os franceses sempre tiveram pelo Brasil e, para demonstrá-lo, evoca a exibição de um grupo numeroso de tupinambás, em 1556, homenageando em Paris o rei Henrique II e sua mulher, Catarina de Médicis. Depois, fala da penetração das ideias francesas no Brasil, que contribuíram para fermentar a Inconfidência, em 1789. À frente, recorda a visita ao nosso país de artistas franceses e, ainda, a viagem empreendida Brasil afora pelo naturalista Saint-Hilaire, bem como a vinda de Pedro II a Minas, especificamente a Sabará. É uma descrição em minúcias que muito a valorizam, inclusive com relação às tentativas de aqui os franceses instalarem uma colônia, seguidas da busca de ouro e pedras preciosas. Não se esquecerá, é claro, a interferência de Napoleão no reino luso na Europa, forçando a transferência da corte para este lado do Atlântico. Em fins de 1923, Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral levaram Cendrar a encontrar-se com Paulo Prado, no Hotel Claridge, nos Champs-Elysées. O mecenas paulista convida o poeta a visitar o Brasil. É o princípio de um encantamento que dura toda a vida. Cendrar já não tinha um braço, amputado durante a 2ª Guerra Mundial. Seu mundo muda. Ao descer em Santos do navio, os fiscais alfandegários tentaram impedir seu ingresso no país por ser mutilado. Enfim, a conferência de Ângelo Oswaldo é uma peça magnífica que não se deve perder. Ponto para o conferencista, para a AML e para a própria gente mineira, que não ficou alheia à Semana de Arte Moderna. Antes pelo contrário.

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