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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 1 de novembro de 2024
 

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Mensagem: A vez do pequi Manoel Hygino O maior poeta sertanejo norte-mineiro, Cândido Canela, deve sentir-se realizado, na outra esfera em que se encontra, como se sentiria se conosco ainda estivesse, para nossa alegria. É que uma notícia que muito lhe agradaria foi publicada neste novembro. Explico-me. Pesquisadores da unidade de Assis da Universidade do Estado de São Paulo encontraram uma forma criativa, sustentável e barata para aproveitar mais o pequi como matéria-prima natural. Em estudos começados em 2016, os cientistas desenvolveram dois novos produtos a partir dos resíduos da fruta: um creme anti-inflamatório e um protetor solar com propriedades antioxidantes, capazes de retardar o envelhecimento da pele. A professora da Unesp em Assis, Lucinéia dos Santos, cita as vantagens dessa descoberta e destaca benefícios que o aproveitamento das sobras do pequi proporcionarão. Segunda ela, além dos benefícios no campo da cosmética, a economia das famílias que dependem do fruto também pode melhorar com o aproveitamento do material de forma sustentável. Os produtos desenvolvidos com o resíduo do fruto apresentam resultados promissores em testes farmacológicos e a descoberta já foi patenteada pela Universidade, de modo que agora ela aguarda aprovação da Anvisa para comercialização. É uma bela notícia, pois o pequizeiro aqui é nativo, o que, aliás, acontece também em Goiás, regiões em que se diz que o pequi é afrodisíaco. Caberá, por mais esta razão, as autoridades e aos fazendeiros cuidaram da riqueza que têm a disposição. Cândido Canela sempre celebrou a importância do pequi para a economia de extenso território em que Minas se inclui. O indispensável é não se matarem as árvores para produção de carvão usado na indústria siderúrgica. Além do que o pequizeiro, como todas as plantas do Cerrado, é sumamente valioso para evitar o racionamento de água e energia. A proteção à flora ajudará o país a superar situações climáticas como a atual, em que a crise hídrica perturba a vida de milhões de brasileiros. O Jorge Werneck, da Embrapa e diretor da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico, é objetivo: “O Cerrado tem solos profundos, muito argilosos, com uma boa capacidade de drenagem de água, mas depende também da cobertura vegetal. A vegetação faz a ponte entre atmosfera e o solo”, explica Bustamante. A Amazônia tem o papel de, com os rios voadores, contribuir com a umidade para as outras regiões do Brasil da América Latina.

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