Brasileira de 53 anos é extraditada para responder, nos EUA, pela morte do marido considerado herói de guerra
Quinta 18/01/18 - 11h07 Brasileira de 53 anos, que adotou a cidadania norte-americana, foi extraditada ontem sob forte esquema de segurança e sigilo, para ser julgada nos EUA. A carioca Claudia Cristina Sobral Hoering é acusada de matar, a tiros, o segundo marido que teve nos EUA. Era piloto militar, combatente de guerra no Iraque e Afeganistão, considerado herói de guerra.
FRETADO
A carioca voltou num avião fretado e na companhia de muitos agentes da Interpol. É a primeira brasileira da história a ser extraditada para ser julgada no exterior. Ela fugiu dos EUA há 10 anos, logo após a morte do marido - explicou a BBC de Londres. A extradição demorou 10 anos até ser decidida.
TIROS
Claudia foi para os EUA em 1990. Casou-se com médico de Nova Iorque, passou a ser contadora, divorciou-se, naturalizou-se, e conheceu o 2º marido, veterano de guerra, pela internet. O casamento foi em 2005 e o casal passou a morar em Ohio, terra do marido. Dois anos depois, o já então piloto de voos comerciais foi morto com tiros nas costas e cabeça. A arma suspeita havia sido comprada por Cláudia 5 dias antes. O casamento era descrito como tumultuado.
NÚMERO UM
Claudia tentou reaver a nacionalidade brasileira. Nos 10 anos em que morou no Brasil, de volta, viveu na região serrana do Rio e voltou a se casar, desta vez com um brasileiro. Para a polícia dos EUA, ela é a suspeita número um. O Estado americano pediu que fosse devolvida para ser julgada como cidadã norte-americana.
MÁXIMA
O STF decidiu que, quando Claudia optou pela nacionalidade americana em 1999, sua nacionalidade brasileira estava definitivamente anulada. Ohio possui previsão de pena capital e prisão perpétua, mas nenhuma das duas penas poderá ser aplicada, porque o Supremo concordou com a extradição desde que fosse aplicada, na pior das hipóteses, a pena máxima de 30 anos de prisão. O caso desperta enorme interesse nos EUA.