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Mensagem: Um bom exemplo Manoel Hygino Há dois anos, autografei no hall do prédio de administração da Santa Casa de Belo Horizonte uma publicação contendo depoimento sobre a significação de Juscelino Kubitschek para o Estado e para o Brasil. Por que o local escolhido? Porque JK prestou colaboração à filantrópica durante seu período universitário de Medicina e, depois, como médico. Lá ele encontrou o ambiente propício à sua revelação como profissional, com o que se lhe abriram as portas da política e da administração pública. Naquela noite memorável, pôde-se render homenagem a quem a mereceu nos vários cargos e oportunidades que lhe foram oferecidas. Pois, no próximo ano, o de 2022, completam-se os 120 anos do ilustre mineiro, filho de uma modesta professora de Diamantina, ele vendendo guloseimas nas ruas para ajudar na manutenção da família. Não precisaria apresentar mais informações. Tanto que, na semana passada, Juscelino foi novamente recordado. Em Brasília, para celebrar 40 anos de fundação do Memorial JK, lançando-se duas obras literárias, uma das quais com o título “De Nonô a JK”, para o público infantil. A outra é o terceiro volume de “Memórias do Brasil”, contendo discursos de Juscelino. Durante as cerimônias, depositaram-se flores na câmara mortuária, onde se acham os restos do antigo chefe da nação, na capital que ele construiu no Planalto Central. Nestes instantes em que se mostram turbados os cenários da política nacional, é bom constatarmos que há no passado do Brasil homens e nomes que devem ser saudados e reverenciados. Quem sabe, mirando-se na trajetória do menino pobre de Diamantina, consigamos encontrar os exemplos a serem seguidos, para escaparmos à hora incômoda, mesmo perigosa, que tumultua o cotidiano? Nas crises, nasce a inspiração para solução dos grandes problemas e desafios. É o que pensamos neste setembro, que já deixa marcas candentes no sentimento do povo deste país, que merece ser respeitado e feliz. Aliás, no jingle da campanha de Juscelino em 1955 havia o jargão: “Queremos demonstrar ao mundo inteiro e a todos que nos querem dominar que o Brasil pertence aos brasileiros”. É oportuno o conselho, até porque, também no ano vindouro, comemoram-se os duzentos anos de nossa independência, que tem de ser mantida ao preço do trabalho e do sacrifício de mais de duzentos milhões de pessoas. Em verdade, é preciso ter em vista que a efetiva e real autonomia é uma conquista diária, que muito exige de quantos habitam esta parte do hemisfério.
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