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Mensagem: O voto impresso Manoel Hygino Encerrou-se o desagradável episódio da votação pela Câmara dos Deputados da PEC do voto impresso, tão insistentemente defendido pelo presidente da República, que ignorou todas as considerações contrárias à medida proposta. Causou espanto a obsessiva posição do chefe do governo, desconhecendo que o TSE já esclarecera à suficiência que o sistema ora usado no Brasil é digno de confiança, no que foi referendado por técnicos e outras autoridades que se manifestaram. Isso, em um país ainda atormentado pela pandemia, que caminha para dois anos, e extingue vidas impiedosamente, apesar dos esforços postos em prática pela imensa gama de profissionais de saúde. Estes têm de curvar-se aos fatos e ao poder de uma enfermidade de que não se tem comparação na história, mesmo se levando em conta a evolução científica e os vultosos recursos disponibilizados. É de consciência nacional que a votação da PEC era dispensável de discussão, neste momento em que os brasileiros enfrentam problemas, dificílimos, o primeiro dos quais (depois da pandemia) o desemprego, que lançou fora do mercado de trabalho em torno de 15 milhões de pessoas. Nem se precisaria dizer do número daqueles outros que, sem os reais imprescindíveis à compra de alimentos, são atirados à rua da amargura, com a fragilidade decorrente da própria falta do mínimo para sobreviver. A grande verdade desta hora que vivemos não recomenda qualquer atitude ou medida que não vise a melhoria nas condições de imensa parcela da população, constrangida a passar a noite nas ruas ao relento. Enfrentam o frio da madrugada e o vento, sem sequer um prato sadio para aliviar as dores por falta de comida. De gente que não tem onde morar, nem como locomover-se de um a outro ponto, exatamente por não ter o que fazer, a esperança sequer de um biscate, ainda útil a milhões. É muito triste situação como esta, enquanto há os que passeiam de motocicleta no asfalto das capitais, meramente por exibicionismo. Mas a arrecadação tributária não falha. O Impostômetro, medidor da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) da carga tributária dos brasileiros, marcou R$ 1,5 trilhão na madrugada de 1º de agosto. Foi o montante pago desde o primeiro dia em tributos federais, estaduais e municipais. Em 2020, o mesmo valor foi atingido no dia 28 de setembro, o que mostra que, neste ano, os brasileiros estão pagando mais impostos. Segundo a ACSP, parte da alta na arrecadação acontece devido à recuperação econômica, impactada pela crise gerada pela pandemia de coronavírus. Recuperação econômica? Pergunto eu.
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