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Mensagem: Nos funerais Manoel Hygino Bruno Covas, prefeito da maior cidade da América do Sul, faleceu em 16 de maio, domingo, e foi sepultado em sua terra natal, Santos, no dia seguinte. Pregava a moderação em um cenário político ultrapolarizado. Tinha 41 anos, era praticamente um atleta, mas veio a ser vítima de um câncer na transição esofagogástrica, com metástase e complicações após longo tratamento. A doença cruel o desfigurou, definhando-o, devolveu-o à terra. Luiz Fux, presidente do Supremo Tribunal Federal, comentou: “Bruno Covas foi reeleito, no ano passado, com mais de 3 milhões de votos e honrou a tradição da família, que teve no senador Mário Covas outro integrante respeitado e admirado pela nação brasileira”, também vitimado por câncer. No horário do sepultamento, uma televisão transmitia trecho de uma cena do “Júlio César”, de Shakespeare. É quando o triúnviro Marco Antônio, na voz de Paulo Autran, discursa nos funerais do soberano assassinado. Ele fala à multidão: “Concidadãos, romanos, bons amigos, concedei-me atenção. Vim para o enterro fazer de César, não para elogiá-lo. Aos homens sobrevive o mal que fazem, mas o bem quase sempre com seus ossos fica enterrado. Seja assim com César”. O nobre Bruto vos contou que César era ambicioso. Se ele o foi, realmente, grave falta era a sua, tendo-a César gravemente espiado. Aqui me encontro por permissão de Bruto e dos restantes. Bruto é homem honrado, como os outros, todos homens honrados: aqui me acho para falar nos funerais de César. César foi meu amigo, fiel e justo, mas Bruto disse que ele era ambicioso, e Bruto é muito honrado. César trouxe numerosos cativos para Roma, cujos resgates o tesouro encheram. Nisso se mostrou César ambicioso? Para os gritos dos pobres tinha lágrimas. A ambição deve ser de algo mais duro. Vós o vistes nas Lupercais: três vezes recusou-se a aceitar a coroa que eu lhe dava. Ambição será isso? Contestar não pretendo o nobre Bruto; só vim dizer-vos o que sei realmente... Que é então que vos impede de honrá-lo? Ó julgamento, foste para o meio dos brutos animais, tendo os humanos o uso perdido da razão. Perdoai-me, mas tenho o coração, neste momento, no ataúde de César. De todo modo, o soberano e amigo, está morto, não pelo braço da justiça pública, nem por um ferro assalariado. Outro inimigo venceu, a ele um dos maiores da geração de seu tempo.
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