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Mensagem: Na visita soberana Manoel Hygino Foi-se o tempo dos reis, que não mais vêm a Belo Horizonte, como aconteceu em outubro de 1920. Cem anos decorridos, mais lembrada é a Gripe Espanhola, que deixou mortos e feridos aos milhares, na jovem capital dos mineiros. Uma metrópole com somente 21 anos. Engalanou-se a cidade para dar boas-vindas e abrigar o rei Alberto, de 45 anos, e a rainha Elizabeth, de 43, que desembarcaram na estação, acompanhados de sua corte, evidentemente, mas também do presidente da República, Epitácio Pessoa. Na comitiva, o capelão Abade Nol, e o médico da corte, dr. Pierre Nolf. E, como companhia do presidente brasileiro, o ministro da Marinha Raul Soares, um civil; Pires do Rio, titular da Viação; e o general Tasso Fragoso. Claro que não havia avião naquela época. Apelava-se para o transporte ferroviário. Os soberanos belgas desceram na estação, pela manhã, procedentes do Rio, em composição especial da Central do Brasil. Os carros tinham sido fabricados nas oficinas de São Paulo, especificamente para a finalidade. Afonso Vaz de Melo, prefeito de BH, saudou os ilustres visitantes, tomando em seguida o automóvel Daumont, que encabeçava o nobre cortejo até o Palácio da Liberdade. No primeiro carro, o soberano, o presidente do Estado, Artur Bernardes, o major Tilkens e o cel. Vieira Cristão, do nosso Exército. No segundo carro, a rainha, a sra. Epitácio Pessoa, o prefeito e o secretário do rei, major Dujardin. Em seguida, uma dúzia de carros com ilustres personagens. Foi festa como raramente se viu no velho Curral del-Rei. Segundo Octávio Penna, posteriormente prefeito, a cidade se engalanou como nunca. Os edifícios públicos da avenida João Pinheiro e da praça da Liberdade foram iluminados com gambiarras assim como os contornos do logradouro. Os canteiros ficaram lindos, também à chegada da noite: Milhares de pessoas tinham vindo de toda Minas para as festas e homenagens aos soberanos belgas. Ninguém recordava os dias amargos da Espanhola. Naquela noite, o presidente Artur Bernardes se viu despejado do Palácio, porque seus aposentos foram destinados aos imperiais hóspedes. O mandatário de Viçosa se viu na honrosa contingência de deslocar-se para o Palacete Dantas, ali perto, aliás. A praça foi entregue às comemorações, enquanto o jantar se oferecia do outro lado, na Secretaria do Interior. Os monarcas se encantaram com o mobiliário palaciano, especialmente adquirido para que pudessem sentir o gáudio e o orgulho da terra mineira, em que deixariam marcas do poder econômico da nação belga.
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