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Mensagem: Retrato do sertão Manoel Hygino Enquanto o Brasil arde em chamas que inquietam até a comunidade internacional, leio o escrito sobre uma grande região de Minas. Diz-se ali do risco que estamos padecendo por antecipação. O autor é Virgílio Vianna, um especialista. Engenheiro florestal pela Esalq, Ph.D. pela Universidade de Harvard, ex-secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Estado do Amazonas e superintendente geral da Fundação Amazonas Sustentável. Obrigo-me a repetir o texto inicial, ipsis litteris: “O Norte de Minas Gerais vive, hoje, um momento crítico na sua história. Está em curso um processo de aumento de aridez que se agrava rapidamente, criando uma nova realidade tanto para as populações urbanas quanto rurais. Cidades grandes, como Montes Claros, estão próximas do colapso do abastecimento de água. O mesmo cenário afeta cidades pequenas, muitas com seus reservatórios quase totalmente vazios. No mundo rural, córregos e rios que antes nunca secavam agora secam todos os anos”. Conhecemos a realidade daquele extenso trecho do sertão mineiro, porque ele já é sertão. Ao longo do tempo, sofre a inclemência do clima, as longas estiagens, a diminuição de água de rios, a exaustão dos riachos a que falta água, o emagrecimento do gado, a agonia das reses, o drama do homem do campo que vê fenecer a sua plantação, a minguada comida nossa de todos os dias. Se pouco, multidões descem da Bahia e estados mais ao Norte, porque lá a seca é pior e acumula dores e até a morte, e buscam abrigo e comida em território mineiro. As autoridades, distantes das desditas de uma população só lembrada nos dias de eleições, ignoravam – ou faziam de conta – que tudo andava bem nas entranhas da terra descoberta por Cabral. Ademais, havia e há problemas preferenciais, e mais importantes a serem resolvidos, como construção de estádios esportivos, áreas de lazer e divertimento nas capitais, por exemplo. E as necessidades do cotidiano podiam ficar para depois... e iam ficando. O norte-mineiro viveu às suas próprias custas e maneiras. Tentou-se até a emancipação, mas não deu certo. As razões políticas não permitiram, nem permitirão. Ali há muito voto, a terra é bela e rica. Mas logo voltará a escassez de água nas torneiras das cidades maiores. E então?
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