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Mensagem: Paixão é uma música antiga que já nem sei a letra. Sei que era comovente e me fez desafiar todos os tons na mocidade ,mas agora desafino. Tudo hormônios que secaram em minhas veias sexagenárias, e agora o solo rachado do meu corpo- essas rugas e adiposidades- há de permanecer infenso às transfusões por osmose do corpo jovem que abraço . Ela me pergunta se já terminei e sentencia a pantomima das gerações, nesse enlace polimórfico. Tão bela!! A pulsão inconsciente revela a distância que nos separa. O vácuo das palavras são enciclopédias da alma. De minha parte, a dor da indiferença, não dela, minha, de ser impermeável a qualquer exasperação sentimental diante do desamor que me devota.Velho não apaixona. Nada é mais triste nesta idade, quando mal se anuncia o cinquentenário e o espelho revela nossa face. Mais passa o tempo e a aridez se acentua- um vento seco sopra neste deserto, onde jazem enterradas todas as paixões . Vontade de sofrer como antigamente, ouvindo canções de dor e esquecimentos. Vontade de sentir as mãos frias e o coração disparando, a voz presa e as palavras perdidas, sem nexo, que só os corações proferem e entendem.Tudo tão ontem. Agora para sempre inacessível, como outra margem de um rio que nunca mais atravessaremos, porque as águas são outras e a gente também. Alguma coisa me diz que, sem paixão, aprende-se a desapegar da vida, numa forma silenciosa de aceitar o fim, nesta mágica em que o Todo Poderoso revela seu engenho e arte, ao nos fazer permeáveis às circunstancias que nos cercam. Nos resta o sonho, onde somos sempre o que fomos. O mais, são apenas saudades, amainando a realidade presente, com as memórias dos amores antigos.
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