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montesclaros.com - Ano 25 - quarta-feira, 6 de novembro de 2024
 

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Mensagem: A fisionomia de Jesus Manoel Hygino O Natal é muito próprio para indagações de toda espécie sobre o protagonista maior do cristianismo. Pretendera eu rabiscar algumas informações sobre o nascimento de Jesus, o lugar em que começou a vida terrena, mas achei que o tema deveria servir a milhares de cronistas Brasil afora, sendo perfeitamente dispensável o que eu poderia produzir. Decidi datilografar algumas linhas sobre a sua fisionomia, tão variada na imensa criação de pintores ocidentais. Todos certamente gostariam de conhecer como era o rosto de Jesus, já que em sua época não havia fotógrafos ou fotografia. Recorri, mais uma vez, ao confrade na Academia Mineira de Letras, Pedro Rogério Moreira, que se propôs focalizar outros aspectos da vida do menino de Belém, além do que fizera sobre aquelas terras, pessoas e episódios, em “O livro de curiosidades da Bíblia”. Ele admite problemas, mas registrou: “Fisionomia do mestre: Difícil de recompô-la. Os evangelistas que conheceram Jesus (Mateus, Marcos e João) não deixaram uma descrição das feições do Mestre. Tampouco São Pedro, que era o chefe dos apóstolos, nada mencionou em suas Epístolas”. E houve históricos empecilhos: Como a Ortodoxia judaica proibia toda e qualquer representação de seres vivos, com receio de idolatria, nenhum de seus contemporâneos ousou o campo artístico para fixar a figura de Jesus. Conta Pedro Rogério: “Os partidários da beleza fisionômica de Jesus se basearam na profecia atribuída a Salomão, que diz: Sois belo, o mais belo dos filhos dos homens (Salmos 44.3). Aqueles que diziam que Jesus era feio se fundamentaram em outra profecia: Cresceu diante dele como um pobre rebento enraizado numa terra árida/não tinha graça nem beleza para atrair nossos olhares/e seu aspecto não podia seduzir-nos (Isaías 53.2). O tempo se encarregou de dar a aparência que atualmente dele se tem. Só a partir dos séculos II – III apareceram pinturas do rosto de Jesus, baseadas não em dados históricos, mas idealizadas por seus criadores (Vida de Cristo, de Raciotti, p.181 e seguintes). A iconografia consagra Jesus de cabelos compridos. Mas o apóstolo Paulo criticou assiduamente essa moda, o que pode levar o leitor a crer que Jesus usava cabelos curtos (I Coríntios 11.14). O mais importante, o fundamental, é que cada cristão tenha do Mestre a impressão herdada de velhas gerações depois de sacrifício no Gólgota. Predomina o sentimento sobre suportar a dor e todo martírio, porque assim era a vontade de Deus. Contra ela não se rebelava ou se insurgia, porque consciente de que cumpria a vontade do Pai, mais alta e divina, viera para cumprir destinação elevada e sublime, que exigia sangue e suor, e da qual não poderia esquivar-se ou afastar-se. De um modo geral, os gênios da pintura ocidental souberam captar este sentimento sublime de submissão à vontade superior.

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