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Mensagem: Washington X Brasília Manoel Hygino Projetos chineses para exploração de minérios em Minas estão atravancados. Previa-se a produção de 30 milhões de toneladas de ferro por ano a partir de jazidas em Grão Mogol e Padre Carvalho, no Norte do Estado. Afetam-se 21 municípios nas proximidades do limite com a Bahia, mas o Ministério Público Federal e o de Minas questionam a segurança. Seriam utilizadas cinco barragens, duas de rejeitos e três de água. No total, os reservatórios seriam mil vezes maiores do que o empreendimento de Córrego do Feijão, em Brumadinho. Em 25 de novembro, um terremoto foi sentido em Congonhas do Campo, às oito e meia da noite. Casas e estruturas tremeram. O Observatório Sismológico de Brasília informou que se tratava de fenômeno de pouca intensidade, com três pontos na escala Richter. A CSN Mineração, que opera na região, esclareceu que o tremor não causou qualquer anomalia. O abalo letal foi mais longe: seis pessoas morreram e 150 se feriram em terremoto de 6,4 graus, que atingiu a Albânia, no mesmo dia. Edifícios desabaram, deixando pessoas soterradas. A economia brasileira sim, tremeu, com a fala do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre dólar e AI-5. O câmbio elevou a moeda americana a recorde de R$ 4,24. Pareceriam estranhos os fatos. O Brasil treme quando os terremotos ocorrem, mas não matam, felizmente. Houve um caso, há poucos anos, em Caraíbas, também no nosso sertão, em que morreu uma criança. Uma exceção. Nos nossos lares, tremem os orçamentos, mesmo com a quota de R$ 500 do Fundo de Garantia, que amenizou a sensação de peso do preço da carne bovina nos açougues. Enquanto alguns importadores da grande república do Norte cortam suas importações do produto brasileiro, a China aumenta as compras. Primeiro, porque houve uma peste suína por lá, obrigando o consumidor a apelar para nossos porquinhos e frangos. O Departamento de Agricultura do Tio Sam mostra que a produção brasileira de carne bovina supera em 13% a de 2017. Se na China, a doença estigmatiza os preços das carnes, por cá a situação é, por enquanto, suportável, enquanto houver algum saldozinho do FGTS e do 13º. Depois... Fiquemos de olhos e ouvidos atentos. Trump não dorme e vai enrolando o mundo, mesmo os supostos países tidos como amigos. Anunciou-se que Washington elevará as tarifas sobre o alumínio importados do Brasil e da Argentina. Quem o disse foi o próprio sucessor de Obama, utilizando o twitter. O mandatário americano, já trabalhando para a reeleição no próximo ano, foi claro ao dizer que o fazia porque as duas nações sul-americanas desvalorizaram fortemente suas moedas (o que foi imediatamente contestado), o que não é bom para os agricultores lá de cima. Concluiu: “Portanto, com vigência imediata, restabelecerei as tarifas de todo o aço e alumínio enviados aos Estados Unidos por esses países”. Mas enquanto assim procedia o presidente de cima e Bolsonaro prometia fazer uma ligação para a Casa Branca, o colega declarou que pediria ao Federal Reserve, o Banco Central de lá, que impeça que Brasil e Argentina armazenem vantagens com o dólar mais forte, desvalorizando suas moedas, isto é, as nossas. Segundo o presidente brasileiro, ele tem “canal aberto” com Trump. Além disso, “eu converso com Paulo Guedes e depois dou a resposta”. Aguarde-se. Em meio ao torvelinho, a inflação atingiu o maior nível para novembro desde 2015.
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