Este espaço é para você aprimorar a notícia, completando-a.
Clique aqui para exibir os comentários
Os dados aqui preenchidos serão exibidos. Todos os campos são obrigatórios
Mensagem: Um hemisfério em conflito Manoel Hygino A América Latina volta a ser o que sempre foi ou se pensou que era. Os acontecimentos mais recentes, a partir da revolta no Equador, põem em evidência uma situação que se supunha superada desde o fim das ditaduras instaladas em torno da metade do século findo. Nem se fale a respeito da tenebrosa situação a que foi relegada a Venezuela, a partir de Hugo Chávez. O governo implantado pelo seu sucessor, Nicolas Maduro, se tornou um acinte à democracia e aos melhores sonhos e projetos de sua gente, sabedora da imensa riqueza de seus hidrocarbonetos, que a fizeram uma das mais poderosas nações do continente, mesmo do mundo. Tudo se esvaiu, foi corroído pelo desvario e ambição de poder, ao final transformando a nação em fonte de famintos, desempregados, sem liberdade política, obrigada a fugir para outros países, sobretudo Colômbia e Brasil. Para aquele, ainda estigmatizado pela ação das Farcs, para o qual fugiram mais de quatro milhões de foragidos. O Peru veio depois, somando novos dramas aos antigos, presidentes depostos, multidões desenganadas, um ex-mandatário se mata, restabelece-se o reino da discórdia e da desesperança. O Chile, a nação mais adiantada do hemisfério, ainda sofre com as dolorosas marcas da sangrenta ditadura Pinochet, se vê atropelada por novos e graves conflitos, não circunscritos a Santiago. O presidente Sebastian Piñera não conseguiu pacificar a pátria, a despeito de sua obstinada ação no campo político e administrativo. Finalmente, a Bolívia. Embora a excelente performance econômica nos últimos anos, o presidente índio Evo Morales, já movido pela sede de poder, candidata-se ao quarto mandato e assiste à população invadir as ruas e depredar bens públicos e privados, na revolta ainda sem fim. Renunciando à chefia nacional e entregue o comando nacional a alguém não suficientemente definido, o ex-presidente escapa em avião mexicano, encontrando refúgio na terra de Benito Juarez. Por suas dimensões geográficas e importância no contexto continental, mesmo mundial, o Brasil não escapa às circunstâncias. Tanto que, na quarta-feira, um grupo de partidários de Juan Guaidó, pretenso presidente da Venezuela, invadiu a embaixada daquele país em Brasília. Uma enorme confusão, porque os funcionários da representação da Venezuela reagiram, houve troca de empurrões, agressões físicas, gerando problemas para o Itamaraty e para o serviço de segurança. Houve detenções, gerando um espetáculo extra para a cidade-sede do governo do Brasil. Fatos como o registrado na capital federal podem ser repetidos, principalmente em função e decorrência do papel do Brasil no âmbito das relações com todo o continente. No fulcro dos eventos e episódios, nossa situação se torna crescentemente delicada. A nota do Ministério de Relações Exteriores da Venezuela vale como advertência. Não podemos perder de vista a extensão de nossas responsabilidades. O texto atribui às autoridades brasileiras uma “atitude passiva” diante da invasão e cobra que o país cumpra suas obrigações como Estado signatário da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas “que estabelece a obrigação de proteger as sedes diplomáticas em qualquer circunstâncias”.
Trocar letrasDigite as letras que aparecem na imagem acima