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Mensagem: No tempo de Benedito Manoel Hygino Os tempos são outros, mas os homens, em sua essência, são os mesmos. Pelo menos em termos de corrupção na política. Não dispúnhamos, para efeito de comparação, há algumas décadas, da parafernália eletrônica no âmbito das comunicações. Não sem razão os hackers gozam de tanta e tamanha importância no jogo sujo das denúncias sobre os que fazem da política um meio de viver, de conquistar cargos públicos, de projetar-se na sociedade já conhecedora das falcatruas para chegar a postos de destaque e neles alcançar benesses. A troca de gentilezas ou de acusações integram os embates nas campanhas ou o debate em torno de proposições no Legislativo ou no Executivo. Mais do que nunca, pode-se afirmar que política é igual guerra... e guerra é guerra. Durante o Estado Novo, período em que Getúlio Vargas, presidia o Brasil sob forte ditadura, Benedito Valadares foi governador de Minas, sem o título de “Interventor”, considerado depreciativo pelos que insistiam na busca das liberdades públicas. Benedito, que permaneceu no Palácio da Liberdade até o fim do regime autoritário, no entanto, foi hábil articulador político e, se diria, um pacificador nos interesses de seu partido nos municípios. Deixando o Palácio, Benedito se instalou em apartamento no 5º andar do Hotel Financial, pertinho da Praça 7. Lá o transformou no QG de suas articulações, recebendo lideranças de todo o Estado, inclusive como presidente do PSD – Partido Social Democrático, criado após o “curto período” de 15 anos de Getúlio na chefia da nação, como ditador. A atuação do ex-governador no apartamento do hotel no Centro de Belo Horizonte era difundida pela imprensa e pelos próprios pretendentes a lugares no governo. Lá, muito se discutia e muito se decidia sobre nomeações na máquina governamental. Deputados de Minas na Assembleia Legislativa ou na Câmara Federal eram identificados naquele quinto andar, que era uma espécie de filial do Palácio da Liberdade, enquanto pequenas comitivas esperavam sua vez. O desembargador Rogério Medeiros Garcia de Lima, hoje presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Minas, encerrando agenda em Governador Valadares, à noite, na Faculdade de Direito do Vale do Rio Doce, sobre Novas Tecnologias e Direito, falou muito sobre redes sociais, disseminação de ódio, fake news e desavenças. Terminou invocando o espírito de mineiridade. Lembrou uma história do nosso folclore político, envolvendo o governador Benedito Valadares, de Pará de Minas. Numa manhã, Benedito recebeu a velha-guarda do PSD, em atrito com a jovem guarda. Ouviu as queixas e lhes disse: – Vocês têm razão! De tarde, recebeu a nova geração e as queixas se inverteram. De novo o governador: – Vocês têm razão! Á noite, jantando com a esposa Odete Valadares, (nome de famosa maternidade em BH) ela falou: – Benedito, ouvi no rádio que você recebeu as duas alas do PSD hoje e deu razão a todos. Você precisa tomar uma posição! Benedito deu uma colherada na sopa e respondeu: – É, Odete, você tem razão.
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