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Mensagem: Maria da Cruz Maria da Cruz Porto Carreiro ou Maria da Cruz Torre Prado de Almeida Oliveira Matias Toledo Cardoso, descendente dos Ávilas da Casa da Torre, educada em colégio de freiras em Salvador-BA, presente na Conjuração do São Francisco de 1735, viúva de Salvador Cardoso de Oliveira, está a exigir um estudo aprofundado de sua vida e de sua ação colonizadora. A poesia de José Gonçalves de Souza marca sua vida; Augusta Figueiredo, em “Maria da Cruz e o Velho Chico”, fixa passagem de sua profícua existência, mas pouco, muito pouco, sobre ela se escreveu até agora. Diogo de Vasconcelos, em sua “História Média de Minas Gerais”, é quem melhor informa sobre sua vida, esclarecendo que “em seus domínios ela possuía teares de algodão, curtumes e oficinas de couros, tenda de ferreiros e carapinas, escolas de leitura e de música, além de armazéns de fazenda”. A ela dedicou Antônio Emílio Pereira pouco mais de uma página em seu livro “Memorial Januária – Terra, Rios e Gente”. Afirmou Alexandre Herculano que “o mister de recordar o passado é uma espécie de magistratura moral, é uma espécie de sacerdócio. Exercitem-no os que podem e sabem, porque não o fazer é um crime”. Há, todavia, pessoas que afirmam que recordar o passado é um sau¬dosismo démodé. Dediquei-me, por um longo período de mais de vinte anos, a pesquisar sobre a vida de Antônio Dó. Não tenho mais idade, nem me sobra tempo para investigar sobre a vida e a obra de Maria da Cruz, extraordinária mulher que dominou, durante muito tempo, toda a região do Alto Médio São Francisco, em Minas Gerais, em uma época em que os homens tinham o domínio das decisões. Não poucas mulheres se destacaram no contexto histórico universal, no campo das artes, das ciências e até mesmo das guerras. Infelizmente, a televisão nos mostrou Xica (Chica) da Silva, uma prostituta qualificada, como classificada no mesmo sentido foi Cleópatra, que é destacada como personagem de primeira grandeza no Museu do Sexo de Amsterdã, na Holanda. A história ressalta, entre tantas outras mulheres extraordinárias, Joaquina de Pompéu, Emília Snethlage, desbravadora da floresta amazônica, nos primórdios do século XX; Josephina Álvares de Azevedo, defensora do voto feminino, mas não se lembrou, ainda, de colocar no pedestal que merece a pioneira Maria da Cruz. A sua fazenda, nas margens do Rio São Francisco, transformou-se em povoado; e o povoado, em cidade que lembra o seu nome, apenas isso. Nem mesmo o povo de Pedras de Maria da Cruz sabe dizer de sua história. Morei alguns anos em João Pinheiro, todavia, muitos ali residentes não sabiam, nem sabem, quem foi João Pinheiro, a pessoa que deu nome à cidade. Quando se fala hoje, em Governador Valadares, todos se lembram da cidade, mas ninguém, ou quase ninguém, sabe que o nome da cidade é uma homenagem ao Governador Benedito Valadares. Pedras de Maria da Cruz não foge a essa realidade. Para muitos, é apenas um nome, como tantos outros, mas um nome que imortaliza a extraordinária precursora, que, servindo-me das palavras de Euclides da Cunha, “suportou as agruras daquele rincão.” Os positivistas, como lembra Vanessa M. Brasília, ilustre professora do Departamento de História da Uni¬versidade de Brasília, subestimam o rio São Francisco declarando ser ele um rio sem história, porque não tem documentos que a comprovem. Até quando?
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