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Mensagem: Em tempo de votar Manoel Hygino As eleições municipais de 2020 estão muito longe. É o que se pensa e se diz, embora os candidatos, geralmente conhecedores das campanhas e de seus óbices, estejam em pleno trabalho. O processo é lento e exige trabalho sem interrupção e cuidados até a hora da votação. As coisas mudaram, as circunstâncias, mas não se pode deixar para depois. A semeadura é lenta mas continua até a colheita. Ainda bem que, por aqui e diferentemente de outros países, já temos as urnas eletrônicas. O desembargador Rogério Medeiros Garcia de Lima, presidente do Tribunal Regional Eleitoral em Minas, demonstra muito otimismo quanto ao desenrolar do processo. Ele tem longa experiência, nasceu em São João Del Rei, terra de políticos hábeis. Além disso, deposita confiança nas suas equipes, como manifestou uma série de vezes. Tem-se de crer no êxito de seus esforços. Os tempos mudaram, mas se deve aguardar o melhor. Está-se muito distante da época descrita por Márcio Aristeu Monteiro de Barros, de ilustre família mineira, desembargador, ex-presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, que já enfrentou grandes dificuldades, como aliás também Rogério Medeiros, este com raízes ancestrais na Paraíba, terra de João Pessoa, por exemplo. Márcio Aristeu, o magistrado, descreve as amarguras dos juízes no interior: era muito difícil exercitar uma atividade ligada à Justiça, no já distante ano de 1958, mas se ouvia dos mais velhos que antes era ainda pior. Tudo faltava na comarca. De uma fita de máquina, goma arábica, dinheiro para selo, até as coisas menores. Além de tudo, quando nomeado ou promovido, era uma batalha para alcançar as comarcas. Estradas de terra mal conservadas, fóruns caindo aos pedaços, serventuários despreparados. Salários? Nem é bom lembrar. Havia comarcas em que o pagamento permanecia atrasado até oito meses. “Enfim, era por muito amor à Justiça que se dedicava à judiciatura e ao Ministério Público”. A organização da lista de jurados no fim do ano constituía um tormento. Nas pequenas comarcas, era difícil conseguir-se o número suficiente de pessoas para sua composição. Os funcionários públicos eram tirados da Coletoria e dos Postos de Saúde. As professoras, as mais indicadas, não podiam ser convocadas para não sacrificar os alunos. Além do mais, eram mestras e donas de casa. E mais havia. Para compor o corpo de jurados, restavam os fazendeiros, que em suas atividades eram bons, mas, quando jurados, tinham compromissos político-partidários. Pequenos agricultores constituíam maior número, porém, sempre manobrados pelos fazendeiros de maior porte, de quem dependiam para serem avalistas ou fiadores. Era essa a luta do juiz nessa difícil tarefa. Os advogados, em número de dois, eram ligados aos partidos políticos, que naquela época não se misturavam e tinham fidelidade partidária. Como fazer justiça?
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