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Mensagem: Salve-se quem puder Manoel Hygino A minha interrupção nos comentários sobre a Venezuela não significa que a América Latina, construída abaixo do rio Grande, esteja em tranquilidade. Nada disso. Nem se há de referir à incessante e desumana, seguidamente trágica, campanha empreendida pelos Estados Unidos para evitar o ingresso de centenas/milhares de migrantes dos pequenos países da América Central em terra de Tio Sam, através do território mexicano. Na Venezuela, acontece o que se sabe e o que não se sabe, tentando-se um difícil apaziguamento entre o presidente-ditador Nicolás Maduro, sucessor do notório Hugo Chávez, e o pretendente Guaidó, líder da oposição que se queria já na chefia do Executivo. Petróleo não falta, como não falta a avidez de poder por todos os meios. No momento, quando se supunha quase irreversível uma guerra civil, sobreveio o intermezzo. Até quando, não se sabe. Assim as diminutas nações da América do meio permanecem em atitude de expectativa. Suas populações sofridas buscam caminhos mais condizentes com a condição humana, procurando até fugir pelas fronteiras, também pouco receptivas, ou por mar. Sabe-se amplamente, todavia, que o petróleo, ainda uma das molas da economia, constitui fator de inquietude e de guerra nas regiões produtoras. No Oriente, as autoridades iranianas se mantêm em alerta, diante da possibilidade de agravamento da tensão no estreito de Ormuz. A Europa, sobretudo o Reino Unido, na presente conjuntura, teme a posição hostil de Teerã. Um navio britânico foi aprisionado, mas isso pode ser o estopim de uma crise maior. Parece um mal sem solução: refiro-me à dos países do lado de cá, das Américas. Na Venezuela, não houve sequer equacionamento dos grandes e prolongados desafios, mas vão evoluindo. A Nicarágua, supostamente exemplar para a esquerda da centro-América, continua sob impasse. O presidente Daniel Ortega, sucessor dos Somoza, Tacho e Tachito, sente a pátria mergulhada em severa crise social e econômica. Ortega, hoje com 75 anos, governando com a esposa, não consegue dar conta do recado. Há uma ebulição. Na Guatemala e em El Salvador, o momento não é menos doloroso. Por via de dúvida, multidões sonham transpor os terríveis obstáculos. Trump mantém posições drásticas com relação à transposição das fronteiras com o México. Mais do que isso; quer a deportação imediata de imigrantes ilegais. As respectivas ações agora serão mais rápidas e eficazes. Salve-se quem puder. Ainda nesta semana, o governo da Venezuela denunciou que um avião-espião americano entrou novamente no espaço aéreo do país, sem sequer notificar as autoridades aeronáuticas. Segundo Caracas, foram nada menos de 78 violações por jatos tanques só neste ano. As autoridades julgam que a série de incursões de aeronaves acentuam a crescente hostilidade entre as duas nações. Um caça venezuelano seguiu “agressivamente” um avião da Marinha norte-americana. O advérbio é da agência informativa.
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