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montesclaros.com - Ano 25 - quarta-feira, 6 de novembro de 2024
 

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Mensagem: A Califórnia é longe Manoel Hygino Quem não se dá ao luxo de ler jornais, certamente não soube em pormenores a respeito do terremoto que atingiu o Sul da Califórnia – Estados Unidos, é claro – no fim da primeira semana de junho passado. Não era o bairro Califórnia, em Belo Horizonte, que deve enfrentar outros problemas, evidentemente de menor expressão e periculosidade. Lá, nos States, o fenômeno se viu classificado como o maior em 20 anos e o segundo a atingir a mesma região em menos de dois dias, com epicentro próximo da cidade de Ridgecrest, cerca de 200 quilômetros de Los Angeles. E é bom que se esclareça que ela é a segunda mais populosa dos Estados Unidos. Mais de cem terremotos tinham sacudido o Sul da Califórnia no período imediatamente anterior e, dois dias antes, um mais forte encontrara ali seu epicentro. Dois mais perigosos fizeram ressurgir na população o fantasma (como contaram as agências de informação) do ´“The Big One”, isto é, o grande tremor, tão devastador que abrangeria todo o Oeste, sem risco de ação contrária dos soldados da Cavalaria de Tio Sam, como se via nos velhos filmes, inclusive os de John Ford. Todos já ouviram pelas tevês e rádios: o estado da Califórnia está situado na região conhecida como Anel de Fogo do Pacífico, onde terremotos e erupções vulcânicas são mais frequentes por força de encontro de placas tectônicas. Recordo-me, sim, do terremoto de 7,6 graus, que devastou parte expressiva de São Francisco, causando mais de três mil mortes, quando uma parte da falha de San Andreas, que tem 1,3 mil quilômetros, se rompeu. Observe-se: no Sul da falha, não há o desastre há 300 anos. Mas existem registros geológicos que apontam para tremores de maior volume a cada 150 anos. Nos abalos de junho, contudo, apesar do medo que despertou, ninguém morreu ou se feriu gravemente, apesar dos incêndios provocados pelos vazamentos de gás. No Brasil, sem tsunamis ou vulcões, a situação não é a mesma. Este ano, segundo o Ministério da Saúde, houve 339 óbitos por vírus da gripe até o fim do sexto mês, sem falar em 1.766 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave, causados pelo vírus influenza. Não só: sete pessoas se feriram em ataque de abelhas no Norte de Minas. Três militares foram picados pelo inseto, exigindo ação dos Bombeiros da principal cidade da região. Viaturas ficaram no local para atender às vítimas mais graves. Outros riscos rondam os brasileiros, principalmente os sem recursos. É o caso dos que ganharam a classificação de “moradores em situação de rua”, ou seja, aqueles que não têm onde morar, o quê comer, nem qualquer fonte de manutenção pessoal. Entregues à própria sorte, ou ao azar, amontoam-se sob marquises (quando existem) de edifícios, nos centros urbanos ou qualquer outro lugar em que se deitam. Segundo a assistência social, não há vagas suficientes em abrigos, as autoridades não dispõem de meios compatíveis com as necessidades, restando à sociedade civil, assim como entidades religiosas ou ONGs, adotar ações pertinentes; ou deixá-los ao Deus-dará, como acontece mui repetidamente. Isto é, morrerem pelo intenso frio deste julho, como aconteceu na maior cidade do país, ou perecerem queimados, servindo somente para referência policial, nos famosos BOs.

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