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Mensagem: O Partido único Manoel Hygino Alaor Barbosa, prestigiado escritor nascido em Morrinhos, GO, publicou há seis anos “Pensar e Viver”, estudos e opiniões sobre temas políticos e jurídicos. Altamente conceituado, mereceu elogios francos do crítico Wilson Martins, que afirmou tratar-se de “romancista da província de Goiás, onde nada do que é humano lhe será estranho”, acrescentando que ele é daqueles autores que ainda não receberam a atenção que merecem”. Admirador de Guimarães Rosa, com ele manteve sucessivos encontros, escrevendo uma biografia do autor de “Grande Sertão- Veredas”, que lhe deu dores de cabeça, em face da oposição de Wilma, filha do romancista cordisburguense, que tentou impedi-lo na Justiça. A Academia Mineira de Letras o trouxe a Belo Horizonte, para – no Auditório Vivaldi Moreira – pronunciar excelente conferência, sobre Rosa e sua produção. Em “Pensar e Viver”, Alaor focaliza com ênfase o partido único, dentro da prática que prevaleceu na Itália e Alemanha e que, parece até certo ponto, “uma consequência natural da adaptação fascista do pensamento soreliano”, na opinião de Afonso Arinos. Este recorda que, na Alemanha, foi o Partido Trabalhista Alemão, fundado em janeiro de 1919, com um programa militar fascista, que se transformou no Partido Nacional – Socialista, o partido nazista, o partido de Adolfo Hitler”. Para Afonso Arinos, o partido único da revolução moderna, o comunista, foi concebido por influência do pensador Sorel. Com ele não concordando, contudo, Alaor Barbosa, chega a afirmar: “Por mais que haja sido o pensamento revolucionário da Europa, precisamente no período em que se desenvolviam os partidos revolucionários na Rússia e na Europa, a verdade é que a ideia de um partido único, vanguarda do proletariado e fator de transformação socialista da sociedade rumo ao comunismo, é inerente ao pensamento marxista”. O escritor goiano não se sente suficientemente convencido. “Ficariam as perguntas: Como construir o socialismo? Como liquidar e exterminar a burguesia? Senão pela mão fortíssima e inexorável de um partido único e unido da forma mais monolítica possível, sem divisões e dissidências enfraquecedoras do partido e do poder e desviadores da direção para a grande meta final e o oceano largo do comunismo?”. A questão estava posta e esquentou a cabeça de Karl Marx. Ao longo de sua tormentosa existência, empenhou-se, com todas suas forças, para formar e desenvolver um partido proletário, o partido da Revolução Comunista. Aliás, Barbosa observa que, antes até do “Manifesto Comunista”, em 1848, Marx se preocupava com a ideia de criar tal agremiação. “Lutar afincadamente por constituí-lo foi uma das demonstrações dadas por Marx de que teoria e prática devem-se complementar reciprocamente, uma a outra. É o que ele denominou práxis. Fiel a esta ideia, Marx toda a vida foi um teórico militante e um militante teórico incansável. Suas ideias, teses e teorias foram engendradas em meio a lutas práticas, sob a motivação e necessidade de encontrar justificações e métodos para a sua ação prática. Em Marx, a teoria é filha da prática, e a prática uma aplicação da teoria”. Assim sendo, pensando e agindo, concluiu que havia necessidade de um partido do proletariado. Um partido. Assim, procedeu bem antes de 1848, pregando e defendendo sua ideia, tornando-se o dirigente mais importante, como na fundação da Associação Internacional dos Trabalhadores e quando fundou o Partido Socialista Operário Alemão. Uma agremiação que tivesse condições para opor-se a todas as formações partidárias das classes possuintes. Para Barbosa, o que Lenine fez foi retornar e continuar as ideias de Marx e Engels, o “centralismo democrático”, no qual as decisões tomadas pelo partido não podem mais ser questionadas.
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