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montesclaros.com - Ano 25 - quarta-feira, 6 de novembro de 2024
 

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Mensagem: E a crise é antiga Manoel Hygino Transcorreu, no último 22 de abril, a data da chegada de Pedro Álvares Cabral à Bahia. 519 anos são passados, daí talvez o episódio não ter sido lembrado e festejado com o gáudio que merece. Escrevi acima o nome completo do descobridor para que não seja confundido com outros que andam por aí, sobretudo um trancafiado em prisão ex-governador. Ademais, causou-me surpresa o registro de que a viagem cabralina foi um dos segredos mais bem guardados de Portugal do século 16, segundo Laurentino Gomes. Ele observou que demorou um ano para o soberano lusitano comunicar a façanha aos primos espanhóis, ficando a célebre carta de Pero Vaz de Caminha escondida por três séculos. Por que a ocultação? Por aqui, também muito se escondeu e se esconde, principalmente quando se trata de malfeitos com dinheiros públicos, casos de corrupção, que começaram a surgir estrepitosamente na mídia com a Operação Lava Jato, um capítulo muito especial na história dos negócios no país, no período bem anterior a Sérgio Moro ministro, portanto. Quem leu jornais de anos passados e comparar o que se publicou com o que ora aí está, chegará a conclusões muito interessantes. Confiram os nomes e os fatos das manchetes dos jornais de 25 de agosto, Dia do Soldado, em 2015: “Dilma diz que governo demorou a perceber gravidade da crise econômica”, “77% das prefeituras estão inadimplentes com o INSS” e “China pode agravar crise no Brasil”. Folha de São Paulo: “Após Temer deixar articulação, Dilma diz que subestimou crise”; O Estado de São Paulo: “Dilma diz que governo demorou a perceber gravidade da crise econômica”; Hoje em Dia (Belo Horizonte); “77% das prefeituras estão inadimplentes com o INSS”; O Globo (Rio): “China pode agravar crise no Brasil”; Diário Catarinense (Florianópolis): “Crise leva governo a cortar ministérios”; Diário do Nordeste (Fortaleza): “Dilma vai cortar 10 ministérios e mil cargos de confiança”. O que a presidente, depois impedida, não sabia, apareceria em manchete de 15 de maio de 2019. Continha as consequências do desconhecimento da duração da crise. Folha de São Paulo: “Governo quer mais FGTS no Minha Casa Minha Vida”; O Estado de São Paulo: “A realidade é que estamos no fundo do poço, diz Guedes”; O Globo (Rio): “Guedes cobra do Congresso ação para tirar país do fundo do poço”; Zero Hora (Porto Alegre): “Guedes vê economia no fundo do poço e indica mais cortes”; Folha de Pernambuco (Recife): “MEC avalia novos bloqueios, e Câmara convoca ministro”. E mais: o Banco Central divulgou: a economia do Brasil andou, para trás, 0,68% no primeiro trimestre deste ano. O índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) recuou 0,28% em março, na comparação com o mês anterior. Os dados oficiais sobre o PIB serão divulgados pelo IBGE, dia 30. Aliás, eles não causam surpresa a quem quer que seja, bastando que se atualize através dos meios de comunicação. Estes não são obrigados a dar apenas boas notícias. Repete-se a velha frase: Fazer o quê?

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