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montesclaros.com - Ano 25 - quinta-feira, 7 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Os voos de Da Vinci Manoel Hygino O problema sexual está na ordem do dia e pode ser conferido pelas notícias e reportagens de jornais, revistas e televisão. É tema frequente de debates nas casas do Congresso Nacional ou em julgamento pelo Supremo Tribunal Federal. Logo, existe de fato. No triênio final do ano passado, pude ler que uma nova produção focalizando a homossexualidade será apresentada pelo canal RAI, na série “Leonardo”. O canal italiano banca a iniciativa, que não tem ainda data para distribuição no mundo. Para Eleonora Andreatta, chefe de programação da emissora, o genial artista era mesmo “um filho excluído. Gay, vegetariano e canhoto. Tudo isso significava que sofria discriminação”. A jornalista vai além: “A série olha para a vida de Leonardo através da visão de Caterina, uma jovem que trabalhou como modelo em seu estúdio. A relação próxima que os dois cultivaram vai permitir que entremos na alma e conheçamos os segredos desse personagem”. Cada episódio da primeira temporada da série focará o nascimento de uma das obras-primas de Da Vinci, mas a série “dará tanta importância para os aspectos pessoais de sua vida quanto para os artísticos”. A série “Leonardo” deve estrear em 2019, quando a morte de Da Vinci completa 500 anos. O italiano Leonardo di Ser Piero Da Vinci nasceu em 1452 e morreu em 1519. Entre suas principais obras estão “A Última Ceia” e “Mona Lisa”. Neste ano em que o gênio completa meio milênio de morte, o mundo em que viveu e que ainda o explora aproveita para faturar seu inesgotável talento, o que não constitui surpresa porque fez mais do que pintar a Mona Lisa, que em qualquer país civilizado é admirado, ou no Louvre, onde se acha bem protegido e disponível aos apreciadores de arte. Na França, sobretudo no Vale do Loire, o Vale dos Reis, uma ampla programação dá ênfase à sua vida porque por lá se encontram belíssimas peças de sua criação. O artista pode ter-se influenciado pela mãe, pois sendo Leonardo ainda muito jovem, ela se casou com outro homem, mas sem abandoná-lo. Aliás, quando redijo este texto, vejo o sobrevoo de um helicóptero e me acode à memória que Leonardo Da Vinci, de fertilíssima criatividade, deixou em caderno de esboços um famoso desenho que se supõe ser de um desses eficientes e versáteis aparelhos. Aos quais, por sinal, se deve o resgate de vítimas e seus restos mortais removidos do desastre da mina de rejeitos da Vale, em Brumadinho. No fim do século XVI, o artista, inventor e cientista viveu na pujante Florença e, embora, cercado por lisonjas e bajulação, parecia mais interessado em estudos matemáticos. Para Stephen Farthing, ele foi imbatível por suas ideias e projetos, inclusive como engenheiro, agrimensor e cartógrafo da família Borgia. Estudou os padrões de voos dos pássaros, projetou máquinas hidráulicas, analisou a ciência da pintura e dissecou corpos humanos para adquirir conhecimento profundo de anatomia. Viveu um período feliz em Milão, como consultor-arquiteto do governador francês da cidade e servindo ao rei Luís XII. Reviravoltas políticas o fizeram transferir-se para Roma, onde lhe faltaram trabalhos. Regressou à França, em 1516, onde se dedicou a novos projetos e teses científicas. Em Amboise, foi sepultado perto do castelo Clos Lucé, em que passara os três últimos anos de vida, convidado do rei Francisco I, da França, que lá só permaneceu 72 dias de seus 32 anos de reinado.

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