Ministro do Supremo reconhece publicamente que o Brasil caminha para uma "séria crise institucional"
Quinta 28/09/17 - 18h27A polêmica que se seguiu ao novo afastamento do senador Aécio Neves de uma das cadeiras de Minas no Senado, afastamento decidido pelo Supremo Tribunal Federal, caminha para uma "séria crise institucional", isto é, uma crise entre as instituições da república.
GRAVE
O ministro do STF, Marco Aurélio Mello, que não votou pelo afastamento de Aécio, reconheceu na tarde de hoje que o país passa por uma “crise institucional” grave. Ele é também o relator do inquérito que investiga Aécio a partir das delações premiadas da JBS.
INCITAR
Disse o ministro do STF: “O meu convencimento sobre a matéria eu estampei no dia 30 de junho [dia em que Marco Aurélio derrubou as medidas cautelares contra Aécio Neves, que haviam sido impostas pelo ministro Edson Fachin em maio], quando apontei sem incitar o Senado a uma rebeldia, que como ele pode rever uma prisão, pode rever também uma medida acauteladora. Vamos ver. Que prevaleça a ordem jurídica, que prevaleça a lei maior do país, que precisa ser um pouco mais amada pelos brasileiros em geral, que é a Constituição Federal”.
CRISE
“Estamos diante de uma crise institucional, mas será suplantada porque a nossa democracia veio pra ficar. É grave”, completou o ministro. Marco Aurélio Mello e Alexandre de Moraes votaram contra o afastamento de Aécio das funções parlamentares, na última terça-feira. Os ministros Luís Roberto Barroso, Rosa Weber e Luiz Fux votaram pela suspensão do exercício do mandato, além de colocar Aécio em regime domiciliar noturno e impedi-lo de deixar o país.