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montesclaros.com - Ano 25 - quinta-feira, 7 de novembro de 2024
 

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Mensagem: As aventuras de Farquhar Manoel Hygino Alguns livros, pouco lidos entre nós por sinal, talvez devessem ser indicados aos brasileiros das novas gerações para que elas se inteirem e melhor entendam fatos e acontecimentos que se desdobram até nossos dias. Um deles, por exemplo, seria “Farquhar, o último titã”, de Charles A. Gauld, de 520 páginas e já traduzido ao português por Eliana Nogueira do Vale, editado pela Cultura de São Paulo, em 2006. O autor (1911–1977), diplomado em história, jornalista e professor, tornou-se mais tarde brasilianista, com toda razão e por todos os títulos. Por sinal, um pesquisador dos temas focalizados por Gauld é Enéas Athanázio, de Santa Catarina, a quem se deve “Farquhar e Lobato”. Ele reside no Balnário Camboriú e considera a obra simplesmente “impressionante”. Nesta hora em que a produção escrita completa de Lobato é liberada no país, nada melhor que focalizar o tema e seus personagens, porque a tragédia de Brumadinho é apenas uma parte desta dolorosa história quase fantástica, que precisa ser comentada à nação e aos brasileiros, para que se faça uma avaliação segura. Farquhar já foi objeto de observações minhas anteriormente. Sirvo-me do escritor de Camboriú para resumir-lhe a biografia. “Foi homem de mil negócios, fundou um império econômico – o chamado Sindicato Farquhar, estendendo tentáculos por boa parte do mundo”, logo não deixaria o maior país do hemisfério latino-americano fora de seu alcance, de suas riquezas e perspectivas. Nascido em York, na Pensilvânia, estabeleceu a sede do seu grupo em Nova York. Formou-se em engenharia e direito. Teve negócios em Havana e construiu ferrovias em Cuba e Guatemala. Era o cidadão dos mil instrumentos e todos o sabiam: “lidou com energia elétrica, bondes, terras, gado, frigoríficos, navegação, celulose e papel, madeiras e minérios”. No campo dos transportes, foi “concessionário dos portos do Pará e do Rio Grande, construiu a célebre Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, “a ferrovia do diabo”, em Rondônia, e a Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande, interligando o Sul do país. Sonhava implantar uma rede ferroviária transcontinental, unindo todo o continente, e realizou em parte o seu propósito. Seu famoso trem intercontinental, blindado e luxuoso, trafegou desde a Argentina até São Paulo”. Só por evocar esses projetos, pode-se perceber que Percival Farquhar era uma fera. Pouquíssimos sonharam tanto e tão alto e, arregaçando as mangas, pôs-se a campo. Não ficou na conversa, mantendo entendimentos de altíssimo nível com chefes de governo e Estado. Naqueles dias que já parecem tão remotos, Lobato e Farquhar lutavam para criar no Brasil a mentalidade necessária para estabelecimento da indústria do aço, usando as fabulosas reservas minerais Minas à frente. Àquela época, apregoava-se que o país era eminentemente de produção agropecuária. Percival procurava pressionar Vargas e, depois de tudo, dizia que como empreendedor mundial jamais gastara tanto em propinas para conseguir que certos brasileiros o deixassem trabalhar.

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