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Mensagem: Identificação do mordomo Manoel Hygino Prisioneiros do medo? Passageiros da agonia? Dominados pelo pânico? Todos poderiam servir como títulos de filmes de terror, condizentes com a hora de inquietação que os mineiros principalmente passam depois do desastre de Brumadinho. Este entrou definitivamente para a história do Brasil pelas suas dimensões e pelo saldo de dor e perversas lembranças legadas às gerações seguintes. Em cada margem de rio ou proximidade de chuva, a qualquer hora do dia ou da noite, o pesadelo incessante das sirenes que podem disparar, alertando para males de consequências imprevisíveis. Resta correr com os filhos, os animais domésticos e utilidades inseparáveis, na fuga de avalanches ameaçadoras. Imprevisão? Displicência? Criminosa omissão? O escritor gaúcho Nelson Hoffmann, também advogado, em sua Roque Gonzales, fronteiriça com a Argentina, em terra missioneira, preocupado com o que acontece do lado ao Norte do rio Uruguai, pergunta: “quer saber? Eu ando desanimado com o ser humano. Desde sempre, é sempre a mesma coisa: toda tragédia previsível é postergada... Até que aconteça. Acontecido, procura-se, pesquisa-se, o tempo passa, nada muda... Até que nova tragédia aconteça. E esta nova, então, explode nos holofotes da imprensa. E os mortos da tragédia anterior, da anterior à anterior?”. A verdade insofismável é que agora o mundo tomou conhecimento de uma barragem que se rompeu em Brumadinho, cidade da Região Metropolitana da capital de um estado quase do tamanho da França. O relatório da consultoria alemã Tuv Sud atestou, contudo, a estabilidade do empreendimento, mas revelou que a base da estrutura estava no limite de segurança previsto pelas normas brasileiras. Visita técnica em campo, entretanto, revelou 15 pontos que exigiriam atenção, com necessidade de novo radar e medidores de pressão na estrutura. O documento fora concluído em agosto do ano passado, menos de meio ano, portanto. A comunidade entrou em cena para identificar as causas do desastre que abalou Minas Gerais e desafia a ciência. Quem é o culpado? Poderia ter sido evitado? Como em romances policiais ingleses, o primeiro suspeito é o mordomo. Mas, afinal, quem é ele? Onde pode ser encontrado? Centenas e centenas de estruturas iguais à de Brumadinho se encontram em situação semelhante. As populações temem, tremeriam possivelmente as barragens. O projeto de lei “Mar de Lama, Nunca Mais” permanece em debate acalorado (é o que se espera) na Assembleia Legislativa de Minas. A Terra, planeta, fica parada no espaço, no universo, imóvel. As causas são múltiplas. Tremores em Montes Claros, por exemplo, têm como causa uma falha geológica de um a dois quilômetros de profundidade, próxima ao perímetro urbano, na região Norte da cidade. Os cães, com audição mais apurada que os humanos, são os mais alertas com o problema. Uma das mais recentes hipóteses do rompimento da barragem de Córrego do Feijão é que ele poderia resultar de liquefação, como ocorre em sistemas construídos por alteamento a montante. Esta a versão do subsecretário de Regularização Ambiental da Secretaria do Meio Ambiente do Estado. Aliás, como divulgado, mais da metade das barragens com ordem expressa de fiscalização se localizam em Minas, isto é, são 1862, das quais cinco na categoria de alto risco, que incluem a probabilidade de ruptura.
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