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montesclaros.com - Ano 25 - quinta-feira, 7 de novembro de 2024
 

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Mensagem: BARRAGEM DE DOLABELA E A REPERCUSÃO POS COLAPSO NA MINERACAO No dia 01/02/19 escrevi um artigo que foi postado neste Site (N. 83.807). Neste artigo citei o colapso da barragem de rejeitos de minério de ferro da Mineração Rio Verde – hoje com o nome de Mar Azul (VALE) em Macacos – Nova Lima-MG. Também citei a barragem da Caatinga em Dolabela. De “lá prá cá”, muitas histórias ouvidas e reportagens feitas ao longo destes dias. Engenheiro Dolabela e Granjas Reunidas são os berços de grande parte da minha família – inclusive, meu avô e tios e tias trabalharam na Usina que foi transferida da comunidade do Sitio para Eng. Dolabela. Na época a logística de escoamento do álcool e do açúcar foi facilitada com a construção da linha férrea construída pela empresa “Dolabela Portella & Cia. Ltda” no comando de Juvenal Dolabela e do encarregado de obra o “Mauá” capitão Enéas Mineiro de Sousa. – isto nos anos 29 e 30, tempo que mataram Dr. Moacir Dolabela. Depois veio a família de Francisco Matarazzo, e nos anos 70 o Grupo Atalla e recentemente (1997) o MAL PLANEJADO Projeto de Assentamento - PA Betinho. A barragem da caatinga foi construída pelo GRUPO ATALLA em 1974, tendo como objetivo acumular água para perenização do Rio Jequitai; uso no abastecimento humano em Dolabela e a Irrigação das canas – sua reserva de água no nível Maximo é de 23.000.000 m³ numa área máxima de 04 km² - sua bacia hidrográfica entorno de 505,0 Km². - Não podemos esquecer que parte dela já rompeu em 1977 – estava com pouca água, mas, deixou estragos até hoje, visíveis. Em caso de um colapso com a barragem cheia deixará marcas e dores imprevisíveis. Em 2010, ocasião que este escriba era da Câmara Técnica de Outorga e Cobrança - CTOC do CBH Jequitaí e Pacuí A CTOC é responsável pela análise dos processos de outorga, assim como pela discussão das fórmulas e valores da cobrança pelo uso da água. Diante da situação que o Rio Jequitaí se encontrava (degradações e uso inconsciente da água), culminou-se em 2011 uma Expedição pelo rio denominada de “Expedição Águas do Sertão”, começando pela Barragem da Caatinga até sua foz em Ibiai-MG. Na Segunda etapa Eu, e mais dois técnicos saímos da nascente do Rio Jequitai no Parque Nacional Sempre Viva (Serra Geral) em Diamantina-MG até a foz da barragem da caatinga a 198 metros do barramento, nesta segunda etapa 56 quilômetros de margens bem preservadas. Mas o que estamos mais preocupados é com o lado físico da barragem, já divulgado nos noticiários. Em 2013 fui demandado pelo o Comitê de Bacias a elaborar um relatório acerca da situação real da barragem. Foi elaborado, entregue a diretoria do CBH, cópias para Prefeitura de Bocaiúva – INCRA – MP e Copasa. No relatório citei a falta de instrumentos para medir pressões – recalques e deslocamentos, além das erosões e infiltrações por falta de drenos vertical e horizontal e o perigo de galgamento pelo vertedor danificado. Em 12/03/2017 a InterTV Grande Minas mostrou a situação com clareza vejam no Link : https://globoplay.globo.com/v/5717587/ Com a divulgação vieram mais reuniões e visitas técnicas. E nada resolvido! Neste dia 17/ 02/ 19 – dois anos depois - mais uma reportagem mostrando o impasse diante da intenção do INCRA de descomissionar a barragem – Vejam no link: https://globoplay.globo.com/v/7388486/programa/ Na verdade, na discussão sobre o descomissionamento da barragem está a cultura já consolidada. Para eles (os moradores da região), a barragem não é só o lugar de onde vem o peixe para comer - a água para beber - lavar roupa e tomar banho. É como um parente. Com tudo, o impasse é complicado. Se deixar a barragem continuar cheia, pode romper e ceifará muitas vidas além do estrago na natureza. Do outro lado, se descomissionar na forma de esvaziamento - no período de estiagem o Rio Jequitai pode secar, e faltar água em Eng. Dolabela – Francisco Dumont e Jequitai-MG. Para o INCRA, descomissionar significa preparar a barragem para que ela seja integrada à natureza – para a população é uma afronta as necessidades ribeirinha. Nestes 41 anos de lida com barragens, a atual situação socioambiental é a mais complexa. – É uma “faca de dois gumes”. (*) José Ponciano Neto é EX - Membro do CBH Jequitaí e Pacuí e Trecho do São Francisco - Tec. Meio Ambiente / Recurso Hídricos e Membro do Instituto Histórico e geográfico de Montes Claros.

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