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Mensagem: 130 anos de República Manoel Hygino No ano da posse de Jair Bolsonaro como presidente do Brasil, nossa República comemora o 130º aniversário de proclamação. Boa ou má, aí está, para julgamento do tempo e dos homens. Com a queda da monarquia, exilados Dom Pedro II e família, assumiu um governo provisório, constituído pelo marechal Manuel Deodoro da Fonseca, chefe; Aristides Lobo, ministro do Interior; Rui Barbosa, ministro da Fazenda e da Justiça, interinamente; Benjamin Constant, que era tenente-coronel, designado ministro da Guerra; Eduardo Wandenkolk, ministro da Marinha; e Quintino Bocaiuva, ministro das Relações Exteriores e interinamente da Agricultura, Comércio e Obras Públicas. Isto é: três militares e três civis. Num comunicado à nação, o governo provisório se dizia “simples agente temporário da soberania nacional, governo da paz, da liberdade, da fraternidade e da ordem, que se comprometeu a garantir por todos os meios ao seu alcance, a segurança da vida e da propriedade, o respeito dos direitos individuais e políticos, salvas, quanto a estes, as limitações exigidas pelo bem da pátria, e pela legítima defesa do governo proclamado pelo povo, pelo Exército e pela Armada Nacional”. Dizia ainda, textualmente: “Concidadãos. As funções da justiça ordinária, bem como as funções de administração civil e militar, continuarão a ser exercidas pelos órgãos até aqui existentes, com relação aos atos na plenitude dos seus efeitos; com relação às pessoas, respeitadas as vantagens e os direitos adquiridos por cada funcionário. Fica porém, abolida, desde já, a vitaliciedade do Senado, e bem assim abolido o conselho de Estado. Fica dissolvida a Câmara dos Deputados. Concidadãos. O governo provisório reconhece e acata todos os compromissos nacionais contraídos durante o regime anterior, os tratados subsistentes com as potências estrangeiras, a dívida externa e interna, os contratos vigentes e mais obrigações legalmente estatuídas”. A situação, contudo, não era tão pacífica como se imaginaria. Às 7 da manhã, naquele 15 de novembro de 1889, o barão de Ladário, ministro da Marinha do governo deposto, atravessava em um coupé o campo da Aclamação, para dirigir-se ao quartel do 1º Batalhão da Infantaria, onde estavam prisioneiras as forças do Exército e Armada. Reconhecendo-o, Deodoro determinou que se recolhesse preso. O barão abriu a portinhola de seu veículo e saltou, recebendo a ordem. Tirou do coldre o revólver e atirou contra quem o mirava. A arma negou fogo. Um oficial, Adolfo Pêna Filho, reagiu com vários disparos. O ex-ministro, ferido, caiu por terra. Foram as primeiras gotas de sangue na República. O barão era José da Costa Azevedo, com brilhante trajetória na vida política, último ministro da Marinha no regime monárquico. Oficial brioso, ilustrado e respeitado por seus subordinados, prestou grandes serviços à Armada. Foi comissário do Brasil na demarcação de limites entre Brasil e Peru, tendo seus estudos valido o prestígio como geógrafo. Esteve à frente de nossa embaixada na China, elegendo-se senador pelo Amazonas por duas vezes. Além do que tinha grande cultura, elegendo-se para o Instituto Histórico e Geográfico. Os fatos ocorridos no dia da proclamação ofuscaram o bom nome de que gozara, deixando-o reduzido a simples personagem do dia 15. Praticamente só os livros de História, nem todos, dele se lembram.
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