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Mensagem: BH, 121 anos Manoel Hygino Belo Horizonte completou 121 anos de solene inauguração. Primeira capital planejada da República, constitui resultado da decisão de homens públicos da maior envergadura moral e política e da construção por denodados cidadãos procedentes de outras plagas, mesmo do exterior. Movem-nos agora sentimentos antagônicos. Enquanto assistimos à extrapolação do projeto definido nas pranchetas de Arão Reis e de seus colaboradores, transformado o velho arraial numa das maiores cidades do Brasil, decepcionamo-nos pela ousadia dos vândalos, que não têm hora nem limite para a ação devastadora. Belo Horizonte seria hoje diferente, mais humana e feliz, se moradores, talvez sem quaisquer vínculos com a terra, não a fossem arruinando, pertinazmente, incessantemente, quer nos logradouros implantados à época da construção, quer nos que se lhe acrescentaram à medida que passava o tempo. Esse contingente de desenraizados de origem, que cresce numericamente, demonstra seu desapreço e sua ojeriza pelo belo e saudável antes disseminado. As marcas dolorosas da degradação e do aniquilamento se espalham pela cidade, enquanto a população reclama e a autoridade pública não consegue identificar e punir os culpados. O esforço em defesa do patrimônio, custoso e incessante, consegue manter acesa a chama do entusiasmo pelas melhores causas, a duras penas, fazendo de conta que ainda alimentamos a vontade de viver em uma cidade grande; que seja respeitosa a seus valores, à rica arquitetura e à beleza de suas áreas públicas, em que possam espairecer os cidadãos e suas famílias, admirar os monumentos que engalanam as praças e exaltam as virtudes dos heróis e os vultos maiores da história pátria. Em cada ponto da cidade, no centro urbano ou na periferia, há a marca do atentado dos vândalos. Nas escolas estaduais ou municipais, nos postos de saúde a depredação; o furto de equipamentos e materiais indispensáveis; a Praça da Liberdade, outrora centro administrativo estadual, com seus belos jardins, em que se encontram os que amam o belo, recentemente recuperada, já sofre a insânia de mãos criminosas; as lunetas do mirante da rua Sapucaí, também há pouco instaladas, já danificadas; a herma em homenagem a Hugo Werneck, na praça que tem seu nome, um dos maiores benfeitores da população belo -horizontina no setor de saúde, vítima de atentado; furtados os fios de cobre de instalações elétricas e telefônicas; atacados pela fúria os abrigos para usuários do transporte coletivo; os sinais luminosos; tudo simplesmente alvo da ação nefasta de inconscientes que não têm consciência de sua responsabilidade como membros da comunidade. Não é com alegria que o belo-horizontino assiste ao espetáculo deprimente. Como conscientizar esta população nociva, eis a questão. Seria em bom momento para repetir o que disse Alexandre Herculano – “Debaixo dos pés de cada geração que passa na Terra dormem as cinzas de muitas gerações que a precederam”. No caso em tela, está-se atirando à desqualificação e à escória o ingente esforço de quantos – e não foram poucos – sonharam com a capital e a ergueram, e que nos caberia transferir mais enriquecida aos futuros belo-horizontinos.
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