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Mensagem: Os tempos novos e seus hinos Manoel Hygino Realmente não se pode preconizar o que o Brasil tem à frente. A época dos profetas e adivinhos ficou lá no passado, pelo menos dos que tinham sorte em suas previsões. Se fosse fácil acertar, as loterias teriam fracassado e não sobreviveriam. Ao brasileiro, que efetivamente ama o seu país e quer vê-lo safar-se da situação gravíssima a que chegou, cumpre fazer mais do que protestar. Convém tomar conhecimento dos fatos (cuidado com as falsas notícias!) pelas informações dos meios eletrônicos de comunicação. Tem, ademais, de dedicar algumas horas por semana para ler e analisar o que dizem os verdadeiros conhecedores do assunto. Há poucos dias, o professor Sacha Calmon comentou sobre nossa situação: “apenas somos, guardadas as proporções, melhor que a Venezuela e a Bolívia. Uma vergonha!”. Mais: “está tudo errado. O Estado deve restringir-se a planejar, licitar e regular”. Observou que o quadro é dos mais difíceis: com 27 estados e mais de 5.460 municípios, entupidos de funcionários parasitas (cerca de 10 milhões); uma dívida pública rolada a curto prazo; “endividamento crescente que chega a 80% do PIB”. O resultado são os monstruosos déficits primários orçamentários: um sistema de seguridade falido (saúde SUS), assistência social gratuita e Previdência Social assimétrica. “No plano previdenciário – duas terríveis distorções. No plano das receitas, gente do campo, empregados roceiros, nada recolhe. No caso das despesas, os funcionários públicos e dignitários da República aposentam-se cedo, com os mesmos vencimentos da ativa, enquanto o resto, empregadores e empregados, passa a ganhar quantias irrisórias, levando em conta o que ganhava em atividade, no ato da aposentação”. O que se conseguiu destruir durante tantos anos não será refeito, redirecionado e salvo rapidamente, em passes de mágica. Exigirá muito sacrifício e os que pensaram o contrário verão e sentirão o peso imenso dos que nos estiveram a prejudicar-nos. Aliás Luiz Carlos Azedo, não por ter o nome que tem, anotou que “os eleitores querem segurança, saúde, educação, emprego e moradia. Não se resolvem esses problemas com uma retórica vazia”. A hora nos faz voltar à Proclamação da República, que completa 130 anos em 2019. Assim como a Independência do Brasil, a abdicação de Pedro I e a coroação de Pedro II tiveram seus hinos, também em 1889 se fez uma nova letra ... e música certamente. Com a queda da monarquia, pensou-se derrubar tudo o mais que, de certo modo, lembrasse o passado, foi visado, inclusive o Hino Nacional Brasileiro, de autoria de Francisco Manuel da Silva, tanto que se convocaram para uma nova composição outros autores. Não faltou, por exemplo, o grande Carlos Gomes, que em gratidão ao ex-imperador recusou-se a participar. Em primeiro lugar classificou-se a proposta do Leopoldo Miguez, estando presente à votação final o primeiro presidente da República, que a todos ouviu atentamente. O marechal Deodoro, aos últimos acordes, se pronunciou: – Este o mais lindo! Prefiro este. Era, nada mais nada menos, que o hino de Francisco Manuel, composto por ocasião da abdicação de Pedro I. Assim, o velho hino, se manteve Nacional Brasileiro, aliás tocado solenemente na oportunidade do anúncio do resultado do pleito no último dia 28 de outubro, considerando-se eleito o candidato Bolsonaro. A composição de Leopoldo Miguez se proclamou como o da República, como está hoje.
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