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Mensagem: Cães que apenas ladram Manoel Hygino Paradoxo. No último dia 19, um terremoto alcançou 7,1 graus na escala Richter, sacudindo a cidade do México e até provocando cenas de pânico, 32 anos após o terrível tremor que deixou um saldo superior a 20 mil mortos. Jamais saíram da memória dos sobreviventes aqueles trágicos momentos de 1985. Pensando exatamente em nova catástrofe, as autoridades tinham promovido simulações de um novo cismo, na véspera. Mais acima do mapa, como se o homem fosse dono do destino alheio, o presidente dos Estados Unidos, de temperamento instável e impulsivo, como admitem seus próprios auxiliares, ameaçou na mesma data iniciar um ataque nuclear contra a Coreia do Norte. Uma alta autoridade de Tio Sam considerou “assustadora e preocupante” a situação e alertou que só o Congresso pode declarar guerra. Entretanto, um ataque nuclear exigiria apenas minutos para ser decidido: doze, sim – 12 minutos – para o míssil atômico sair de submarino e atingir o alvo. Os técnicos são minuciosos: para chegar a isso, Trump terá sua identidade checada pelo chefe-adjunto do Comando Militar Nacional, através de uma contrassenha. Se confirmada, a ordem será inserida no sistema, que gerará mensagem criptografada de 150 caracteres, que alcançará os centros militares, com suas 1.800 ogivas prontas para ataque. Enquanto sobre os japoneses pesa ainda o terrível trauma pelas explosões atômicas sobre Nagasaki e Hiroshima, que resultaram em muitos milhares de pessoas mortas e semidestruídas ao fim da II Grande Guerra, a Coreia do Norte anuncia poder afundar o Japão com armas nucleares e reduzir os Estados Unidos a “cinzas e escuridão”. Assim, temos um presidente temperamental à frente da maior potência mundial e um aloprado no outro extremo, contrapondo-se por enquanto em termos verbais. Ainda bem. Se se passar das palavras aos fatos, o mundo tremerá mais do que no século passado em Nagasaki e Hiroshima, muito além do ocorrido no México, neste setembro de tão cruéis lembranças. (Explico: não existe em língua portuguesa a palavra “aloprado”, referida por ex- presidente da República. O vocábulo é alorpado, significando apatetado, apalermado). Para Trump, porém, o regime de Kim Jong-un é de um “depravado”, que preconiza uma “missão suicida”. No caso da Venezuela, o presidente atribui a culpa pelos graves problemas atuais e o sofrimento dos venezuelanos a Nicolás Maduro, que destruiu a nação através de uma ideologia fracassada que só trouxe pobreza a todos os lugares onde foi implementada”. Resta a certeza de que, além dos integrantes do Estado Islâmico e de movimentos e grupos sem compromisso com a paz e a vida, há pessoas, com condição de mando, que se articulam contra o bem do homem e da humanidade. A própria natureza protesta contra a ação destruidora dos habitantes do planeta, e se vive permanente inquietação em face das ameaças de toda espécie e procedência. Como evitá-las? As declarações de Ri Yong-ho, chanceler da Coreia do Norte, são significativas. Para ele, Donald Trump faz graves prenúncios, mas somente late, talvez considerando o adágio de que cão que ladra não morde. Assim, esperam os homens de boa vontade de nosso tempo, que apenas sonham com um mínimo de tranquilidade para cumprir o destino de sua passagem.
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