Sambista Dona Ivone Lara, autora de "Sonho Meu", morre aos 97 anos. Velório, na quadra do Império Serrano, movimenta o Rio de Janeiro

Morreu ontem à noite, aos 97 anos, no Rio de Janeiro, a cantora e compositora Dona Ivone Lara (foto). A sambista estava internada há 2 semanas em hospital do Leblon com infecção renal.
TRANSITOU
Mãe, esposa, enfermeira, assistente social, cantora e compositora, a carioca nascida em Botafogo, zona sul do Rio, e criada em Madureira, zona norte, transitou por diferentes universos ao longo de quase um século de vida.
RECRIMINADA
Filha de músicos, Dona Ivone aprendeu a ler partituras e desenvolveu o gosto pela composição de melodias. Na juventude, temendo apresentar suas criações e ser recriminada por ser mulher, pedia que o primo mostrasse suas composições como se dele fossem.
APAIXONADA
Em 1965, Dona Ivone entrou definitivamente para a história do samba. Com Silas de Oliveira e Bacalhau, compôs “Os Cinco Bailes da História do Rio”. Era o 1º samba-enredo oficial assinado por uma mulher, que era apaixonada pela escola de samba Império Serrano.
DECOLOU
Com Délcio Carvalho, compôs dezenas de canções, entre elas “Sonho Meu”, gravada por vários artistas. Depois de se aposentar aos 56 anos, a carreira de cantora e compositora decolou. Dona Ivone se apresentou na Europa, na África, nas Américas.
IMPÉRIO
O corpo de Dona Ivone é velado na quadra da escola de samba Império Serrano, em Madureira, Zona Norte do Rio, e o enterro está marcado para o Cemitério de Inhaúma, às 16h30m.