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Mensagem: As causas impossíveis Manoel Hygino Domingo, 28 de outubro, eleições para presidente da República, para governador de 13 estados e do Distrito Federal, dia de São Judas e, por conseguinte, do padroeiro das causas impossíveis. A data e o fato seriam mera coincidência de 2018 ou capricho da sorte? Bom ou mau sinal? Do ponto de vista meteorológico, o Operador Nacional do Sistema Elétrico preconizou chuvas nos reservatórios das hidrelétricas do Sudeste do Brasil, onde se concentram as principais usinas de geração de energia. Estas deverão ficar em 109% da média histórica no mês que acaba de começar, início do período chuvoso. Dá uma certa tranquilidade, pelo menos por enquanto. Nem tudo, entretanto, é bonança. Setenta horas depois, ou por aí, pesada chuva caiu sobre Buritizeiro e Pirapora, ponto inicial da navegação do rio São Francisco, no Norte de Minas. Ventos fortes conseguiram inclinar no primeiro município o corpo da estátua do Cristo Redentor, de oito metros de altura. Parte do forro de gesso de um hospital de Pirapora caiu, duas creches foram atingidas, casas ficaram destelhadas, faltou energia em ambas as cidades. A chuva mesmo, contudo, chegou fraca e passageira, relegando para novembro, portador de melhor esperança, o princípio de uma temporada pluviométrica como sonhavam os velhos mineiros do sertão. No limiar de pose de novos dirigentes da nação e do Estado, depois das refregas entre os partidos e os candidatos, paira ainda plúmbea dúvida sobre o que nos aguarda. Os cidadãos, heróis sem fardas e galões, assim como soldados fardados e patriotas, que o Brasil tenha ultrapassado tão extenso e doloroso período de sua história. Durante ele, muito se pediu ao poder público e bem pobremente lhe foi atendido em reivindicações. Longe dos grandes centros, o norte-mineiro carece de atenção. É uma região muito especial, diferente das minas gerais, até pelo fato de estar distante e não possuir no passado vilas governadas por representantes da coroa portuguesa, fora do alcance dos rigores e controles da lei. Como relatam cientistas sociais e romancistas do mais alto nível (veja-se “Grande Sertão, Veredas” e “A Saga de Antonio Dó”, de Rosa e Petrônio Brás) as relações do homem com o rio maior, do gado e dos vaqueiros, a inevitável convivência com a impunidade, com as injustiças repetidamente praticadas pelos representantes do poder estabelecido, são próprias daquele pedaço de nação a que estão ainda muito a dever os governos. Espera, agora, que o novo tempo não seja apenas um anúncio. Agora que Finados passou, resta confiar nas novas equipes que assumirão o comando da nação e de alguns estados. Não vamos permitir que sepultem as esperanças longamente alimentadas, sobretudo por aquelas populações mais carentes e mais sofridas. A verdade é que os cidadãos se vão cansando de augurar melhores dias em vão. Vão confiar mais quatro anos. Aliás, há a expressão: brasileiro, profissão esperança. Seguimos a exercê-la.
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