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Mensagem: Minas em duas Guerras Manoel Hygino Acaba de ser publicado o volume “I Guerra Mundial – II Guerra Mundial – Aspectos”, de autoria de João José do Nascimento”. Não é um cidadão qualquer discorrendo sobre determinado tema. Os dois maiores conflitos armados do século passado são algo que interessa muito ao Brasil e a Minas Gerais. Destacaria lembrar, por exemplo, que Minas Gerais enviou uma equipe de grandes médicos ao palco dos combates na Europa, na primeira grande guerra, quando o presidente da República era o pacato pescador do Rio Sapucaí, Wenceslau Brás, que tanto honra nossas melhores tradições políticas. Mas, na II Grande Guerra, os mineiros tiveram participação efetiva, mesmo heróica, tanto que a alguns conterrâneos se presta homenagem presentemente com nomes nas vidas públicas por todo o território. Morreram em combate, fazendo jus ao reconhecimento. João José do Nascimento resgatou, em seu livro, registros preciosos das duas maiores guerras da história do mundo. Oficial de escalão superior da PM estadual, ex-diretor do Hospital da Polícia Militar, professor, comandante de batalhões, sempre se interessou pelo assunto e a ele se dedicou especificamente, fazendo exaustivas pesquisas. Ao longo da carreira, colheu dados e informações que contribuem para aprofundar em tema jamais concluso. Ozório Couto, um dos editores, e Aluísio Alberto da Cruz Quintão, presidente da IHG de Minas Gerais e desembargador, observam que o autor revela-se com sua obra. Pelo que aqui se observa, pode-se ter uma ideia das razões pelas quais um oficial da Polícia Militar quis escrever sobre a primeira e a segunda grandes guerras. Minas Gerais teve participação importante em ambas, embora tão distante dos continentes diretamente envolvidos nas refregas. Enfim, os dois conflitos se tornaram mundiais, e não poucos, inclusive os brasileiros, de algum modo, sofreram com ambos. Soldados daqui partiram – e também sacerdotes – para o apelidado “teatro” da guerra e, com saudade, famílias lembram até hoje episódios marcantes de suas vidas. Daqui saíram combatentes da Força Expedicionária Brasileira, da Central do Brasil, levados à estação por multidões que já reverenciaram os que participariam de batalhas memoráveis como as de Monte Casino e de Monte Castelo. Na II Grande Guerra, os mineiros estavam atentos desde que Hitler, em 16 de março de 1939, avançara com suas tropas até Praga, capital da Tchecoslováquia, engolindo um país inteiro. Foi quando o ditador alemão, ao lado de Himmler e do general Heydrich, começou a estudar o problema dos judeus, e de seu extermínio. O Brasil só entrou oficialmente na II Grande Guerra em 1942, mas começou a sofrer seus efeitos muito antes, como se depreende. Para seu trabalho, o autor se muniu de fotos dos principais líderes mundiais envolvidos no esforço bélico, bem como momentos cruciais das batalhas e de seus respectivos locais. Há de se convir com Nascimento, citando o general Shermann, na Guerra da Secessão: “somente aqueles que nunca deram um tiro, nem ouviram os gritos e os gemidos dos feridos, é que clamam por sangue, vingança e mais desolação”.
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