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Mensagem: A hora do acerto Manoel Hygino O Grupo de Lima, que reúne países latino-americanos, incluindo o Brasil, condenou qualquer ação ou declaração que “implique uma intervenção militar ou o exercício da violência, a ameaça ou o uso da força na Venezuela”. A declaração do bloco foi divulgada após o secretário da Organização dos Estados Americanos ter afirmado que não se pode descartar ação militar para tirar Nicolás Maduro do poder. Além do Brasil, apoiaram a manifestação os governos da Argentina, Chile, Costa Rica, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru e Santa Lúcia. O Grupo de Lima foi criado em agosto do ano passado para buscar uma saída pacífica à crise da Venezuela. O Brasil assiste, diariamente, à humilhação de muitas centenas, milhares, de venezuelanos que ingressam por aqui através de Roraima, entrando por Pacaraima, sofrendo toda sorte de vexame, expostos à fome, enfermiços ou enfermos, em busca de trabalho e salários, que não os de miséria pagos em sua pátria. Lá, a inflação anda pelo 1 milhão por cento, a pobreza chega a 87% da população, o cidadão perdeu 11 quilos de peso em um ano, não há imprensa livre. Um recente jantar em Istambul, num elegantíssimo restaurante, causou escândalo no caldeirão de vicissitudes em que se debate o povo da Venezuela, enquanto o presidente Nicolás Maduro fumava saborosos charutos da caixa identificada com seu nome. Não há dúvida, porém, o governo de país em que nascemos e em que vivemos, antes associado ao projeto bolivariano de Chávez e et caterva, transmitirá ao que o suceder problemas com outros das Américas. Entre eles, Venezuela e Cuba, sem falar em Angola e a Guiné Ocidental, que marcou a semana passada com sequestro de bens do seu vice-presidente, que fez um papelão por aqui, em trânsito, mas com objetivos ilícitos. Cuba deve muito ao Brasil e chega a hora de começar a pagar a conta. O porto de Mariel exigiu 682 milhões de dólares em empréstimo. Explica-se: só ele tem capacidade 30% superior à do Suape, o principal do Nordeste brasileiro. Tudo, no entanto, foi programado como segredo de Estado. A ilha de Batista e dos Castros ficaram de começar o desembolso no ano passado. Aconteceu? Os cubanos deveriam depositar em agência do Banco do Brasil nos EUA as parcelas, relativas à receita de Havana nas exportações de açúcar. Ocorre, todavia, que Cuba produz hoje menos açúcar do que durante a ditadura de Batista. Leonardo Coutinho comentou que nem ao falecido Hugo Chávez o Brasil ofereceu tanta facilidade. Evidente que o Brasil não quer prejudicar quem quer que seja, pois só pretende receber pelo menos o que lhe é devido. Não se vai admitir calote, vai-se tentar receber o devido: de Cuba, da Venezuela, de Angola. Eram quinze os países a que o Brasil forneceu recursos para obras de infraestrutura. A situação por aqui não anda boa. Não é crise, como disse o novo presidente do STF, mas uma transformação, como se pretende, e que requer dinheiro. O governo futuro, entre tantos e tantos problemas, tem de buscar com os devedores aquilo a que direito a nação. Negócio é negócio, amizades à parte.
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