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Mensagem: A população brasileira Manoel Hygino O oitavo mês de 2018 terminou com uma revelação que, afinal, não constitui surpresa. A nova estimativa de população, elaborada pelo IBGE, mostra que o país já conta com mais de 208.494.900 habitantes. No ano passado, a quantidade era de 207,8 milhões. É bastante, sem dúvida, mas demonstra que, apesar de todos os esforços do poder público e da própria contenção dos brasileiros, continuamos crescendo, embora a taxas mais baixas. São Paulo está no topo dos mais populosos, o que tampouco representa novidade. Só o Estado soma 45.538.936, em seu território, enquanto a capital alcança 12.176.866 pessoas. Minas aparece em seguida, com 21.040.662 habitantes e o Rio de Janeiro, de notórios e tão sérios desafios, com 17.159.960. São números que impressionam, se considerar os problemas enfrentados por toda essa gente, a começar pelo talvez mais grave que é o desemprego. Dos 13 milhões presumíveis sem trabalho, ainda segundo o IBGE, mais de 20% não trabalham e nem estudam. São os chamados nem-nem, que por sinal continuam cometendo crimes e produzindo nenéns. Os jovens sem trabalho entre nós são mais de quatro milhões, algo sumamente inquietante se julgar bem. Problema, sem embargo, não é somente dos que nascem, porque também a morte assusta, principalmente as por causas violentas. Os veículos de comunicação ressaltaram: o Brasil registrou 62.517 óbitos em 2016, o que equivale a uma taxa recorde de 30,3 mortes para cada 100 mil habitantes. Os dados têm como base o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, e foram divulgados no Atlas da Violência 2018, apresentado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Em 2018, os números não são menores. Pelo menos 26.126 pessoas foram assassinadas no primeiro semestre deste ano. É o que mostra Índice Nacional de Homicídios criado pelo site G1 junto com o Núcleo de Estudos da Violência da USP e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O número contabiliza homicídios dolosos, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte, que, juntos, compõem os chamados crimes violentos letais e intencionais. Os estados do Maranhão, Paraná e Tocantins não forneceram dados. Houve uma média de 4.350 casos por mês no país. A taxa de mortes violentas a cada 100 mil habitantes foi de 12,5. Roraima foi o Estado com a maior taxa (27,7), seguido por Rio Grande do Norte (27,1), Ceará (26) e Acre (26). São Paulo tem a taxa mais baixa: 3,8 assassinatos a cada 100 mil. Os números não mentem, como as cartas dos baralhos ciganos. A verdade verdadeira é que as eleições deste ano não resolverão os problemas da demografia. A morte violenta continua contra mulheres, negros e jovens. A desigualdade racial no Brasil se expressa de modo cristalino. E, agora, com vigor, o feminicídio.
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