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Mensagem: A SITUAÇÃO SÓ PIORA Glorinha Mameluque Não gosto de escrever sobre essas coisas negativas. Sou otimista e cheia de esperanças, por natureza. Dificilmente alguma coisa me derruba e sou partidária da música: “Levanta, sacode a poeira, dá a volta por cima” Mas participei de uma reunião de aposentados da Secretaria da Fazenda, convocada para discutirmos a situação atual em que vivemos: desrespeito, desconsideração, e até humilhação. Saí de lá arrasada! Por que o nosso Estado , além de atrasar e parcelar os pagamentos, agora acha de pagar os efetivos e ativos e deixar o aposentado para não sei quando? Onde anda o Estatuto do Idoso que diz que este tem prioridade em tudo, até nos processos jurídicos? Se atentarem para um único artigo do Estatuto, lá está escrito, entre outros: Art. 4º “Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão, e de todo atentado aos seus direitos, por ação ou omissão... será punido na forma da lei.” A lei é bonita, mas não é cumprida, como acontece com tantas outras no nosso país. Para uma pessoa se aposentar em um cargo público, foi preciso que passasse em um concurso público, trabalhasse em dois expedientes durante 30 anos ou mais, colocasse o serviço em primeiro lugar, até mesmo em detrimento da família. Por conseguinte, ao se aposentar, todos já passam dos sessenta, que pelo Estatuto, é um idoso. Para demonstrar que o aposentado não está morto, é que dessa reunião sairá um documento exigindo que os órgãos de classe (Associação e Sindicato) se posicionem, mobilizando todos os aposentados do Estado em solidariedade àqueles que ainda estão em atividade, para que o Governo regularize a situação dos pagamentos, ora em parcelas que não são cumpridas no dia previsto e que os descontos obrigatórios aconteçam apenas quando os salários forem pagos, o que não tem acontecido atualmente, o que tem gerado dívidas e mais dívidas, multas e juros. Sabemos, através de relatórios da arrecadação geral do Estado, que durante todo o ano de 2017 não houve queda na arrecadação e que não se justifica o parcelamento e atraso dos salários. Descaradamente há insinuações de que a situação de inadimplência do Estado deve-se aos pagamentos dos aposentados. E o que falar dos ricos e exagerados comerciais de propaganda veiculados na mídia ou de contratações abusivas, verdadeiro “trem da alegria”, como são comumente chamadas? E para completar recebemos agora comunicação de que a primeira parcela que era de três mil reais, a partir desse mês será de apenas um mil e quinhentos reais. Se três mil pagos na primeira parcela, não davam para o pagamento das contas vincendas até esse dia, imaginem a metade desse valor. A situação é grave e difícil. Estamos de mãos amarradas, pois os descontos, como o Imposto de Renda (absurdo) e o do Ipsemg (outro absurdo) já vêm inclusos no pagamento e os demais são debitados em conta, tenhamos pagamento ou não. Só Deus pra dar jeito! Vai adiantar alguma coisa esse desabafo? Claro que não. Mas me permito copiar Adélia Prado, quando diz: “Aceito os subterfúgios que me cabem, sem precisar mentir... mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina. Inauguro linhagens, fundo reinos-dor não é amargura. Minha tristeza não tem pedigree, já a minha vontade de alegria, sua raiz vai ao meu mil avô. Vai ser coxo na vida é maldição pra homem. Mulher é desdobrável. Eu sou.” Funcionária estadual aposentada. Membro da Academia Montes-clarense de Letras. Da Academia Feminina de Letras de Montes Claros. Do Instituto Histórico e Geográfico e da ACLECIA.
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