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Mensagem: Salinas & Macondo A Salinas antiga tem se revelado como a Macondo do Garcia Marques - há fatos que existem e não existem, e o sobrenatural convive com o dia a dia. Acreditamos nas visages com que se deparava muita gente. Difícil era acreditar nas instruções do catecismo e das freiras - céu, inferno e purgatório. Sylo Costa, recentemente encantado, afirmava que Saco Toicin, um homem alto e forte, trabalhador aplicado quando não estava troviscado pela pinga, vivia à procura da beirada do mundo. Frequentava os velórios, e se servia com fartura dos aperitivos para beber o morto, além das caprichadas comidas ofertadas para resistir ao sono e às vezes ao frio. A noite era longa. Quando morreu uma autoridade que de vez em quando o mandava prender para curar a carraspana, ele fez questão de verificar o fato. Chegou à sala de visitas onde todos respeitosamente velavam o defunto. Ao vê-lo despojado do comando, cantou, com voz potente Alevanta, côro véi Lucifer vem te buscar Os anjin de oi de fogo Tá prontin pra te levar. Teve de sair correndo. Os praças, seus conhecidos, já vinham prendê-lo. Correu e correu, e logo a fome apertou. Não tinha se servido durante o velório, não houve tempo. Tomou uma estradinha escura, no meio do mato, logo o perderam de vista. Depois de algum tempo, além da fome que apertava, tinha a nítida impressão de que uma visage o acompanhava. Os perseguidores tinham ficado para trás. O caminho cortava um boqueirão, o arvoredo aumentava a escuridão, e o medo aumentava também. Devoto de Nossa Senhora, Saco Toincim, apelou a ela para resolver a dificuldade. Jogou um verso, improvisado na hora: Vem me ajudar A Senhora também A oiá pra trás Ver quem é que evém...
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