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Mensagem: Uma santa chega aos céus: Madre Maria Angélica Glorinha Mameluque Uma notícia que chocou toda a população montesclarense, foi o acidente que vitimou a Madre Maria Angélica. Vivendo há mais de 40 anos na clausura do Carmelo, do qual foi a fundadora e desde então a Madre Superiora. Parece até ironia do destino: viveu mais de 40 anos enclausurada e encontra a morte na estrada, dentro de um carro. É o que muitos comentavam, sem aceitar que os desígnios de Deus são inexplicáveis e insondáveis. Deus quis assim e permitiu que fosse assim e ela que sempre foi obediente e submissa à Sua vontade, está feliz na sua chegada ao céu. Imagino-a chegando lá, acolhida por seu grande amigo Padre Henrique e ciceroneada por Madre Teresa de Calcutá, que também morreu aos 87 anos e Irmã Dulce, “o anjo bom da Bahía”, numa grande festa cheia de flores, santos e anjos. Não tive muita convivência com a Madre Angélica, mas seu nome era sempre lembrado em nossa família, de vez que meu filho Gustavo quando adolescente e frequentava o Carmelo em companhia do seu amigo Antônio Augusto Veloso, depois Padre Tonão, a recebeu como sua madrinha e ela sempre rezava e pedia por ele que dedicava a ela um amor muito grande. Na comemoração dos 40 anos do Carmelo estive lá com ele, quando se aproximou da grade que separam as freiras do público e pediu a sua bênção. Quem era Madre Maria Angélica? Seu nome de batismo era Sophia Maria Esteves de Melo e nasceu em Grão Mogol no dia 23 de dezembro de 1931, filha de Rui Melo e Maria Florinda Esteves. Terminando o ensino médio, com 19 anos, no dia 12 de outubro ingressou no Carmelo Nossa Senhora Aparecida em Belo Horizonte, para onde foi, levada pela Sr. Genoveva Mota Prates. Tornando-se freira, recebeu o nome de Irmã Maria Angélica da Eucaristia e foi a fundadora do Carmelo Maria Mãe da Igreja e Paulo VI, com o apoio do Grupo Lisieux, em 1977. Assumiu a direção como priora atendendo determinação do Bispo Dom José Alves Trindade. Era modelo de doação, humildade, simplicidade, oração e desprendimento. Dedicou toda a sua vida à vocação para a qual tinha sido chamada. Encantava a todos com sua voz suave e calma, que acolhia aqueles que a procuravam para um pedido de oração ou um conselho. Em depoimento à jornalista Viviane Carvalho, Assessora de Imprensa da Arquidiocese de Montes Claros, Jonas Gonçalves dos Santos assim se referiu à ela: “Uma mulher forte e ao mesmo tempo dócil. Corajosa e acolhedora. Sua fé me motivou a servir e buscar os caminhos de Deus através de ações dentro da Igreja. Sou grato a ela pela minha vocação, pelo meu sim à vida que escolhi. Hoje sofro a morte dela, mas acredito que ela intercederá por nossa glória eterna.” A frase atribuída à Santa Terezinha do Menino Jesus: “Que felicidade poder dizer: estou segura de fazer a vontade do Bom Deus. Minha vida é um único ato de amor”, Madre Maria Angélica, sua seguidora, também poderia dizer a mesma coisa. Por sua vida que tanto bem fez a todos que tiveram o privilégio de conhecê-la e ouvir os seus conselhos, sorvendo a sua sabedoria; pelos tantos que sentiram o perfume de suas constantes orações e bênçãos, por sua vida santa, tenho certeza que o céu se engalanou para recebê-la. Perdemos uma santa na terra, mas ganhamos mais uma santa nos céus. Descanse em paz e interceda por nós! Membro da Academia Montes-clarense de Letras, Da Academia Feminina de Letras de Montes Claros, Do Instituto Histórico e Geográfico e da ACLECIA.
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