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Mensagem: O fenômeno Joaquim Barbosa Manoel Hygino Vai-se afunilando o fluxo de candidaturas à presidência da República, o mais conturbado processo de escolha de pretendentes à chefia do Executivo nacional até hoje. Um dos mais fortes quase concorrentes, um ex-presidente, se encontra preso em Curitiba e é tido como fora do páreo, se chegar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O segundo concorrente seria o atual ocupante do Palácio do Planalto, sucessor da impedida ex-presidente, inclinada a uma vaga no Senado. Suspeitas e investigações sobre atos e episódios ilícitos na gestão Michel Temer inibem definições do eleitor a seu favor. Mal acompanhado, pesam contra seu nome as sucessivas denúncias de acusações a assessores mais próximos, inclusive ex-ministros. Joaquim Barbosa, aposentado no Supremo Tribunal Federal, decidiu não disputar, após filiar-se ao PSB. Foi peremptório: “está decidido. Após várias semanas de muita reflexão, finalmente cheguei a uma conclusão. Não pretendo ser candidato a presidente da República. Decisão estritamente pessoal”. O ex-presidente do STF, mineiro de Paracatu, terra ancestral do estadista Afonso Arinos, autor do projeto de lei que fulminou com o racismo no Brasil, como disse o confrade na AML Pedro Rogério Moreira, seria agora a esperança para muitos brasileiros, principalmente depois de sua séria condução do processo do mensalão. A política, como lamentava Magalhães Pinto, é como nuvem, e assim flui. As opiniões sobre Joaquim Barbosa são múltiplas, algumas sublinhando sua dignidade, sua isenção, outros dando realce à sua maneira estouvada de manifestar-se. Não há novidade. Nasceu no sertão, filho de operário, assinala o desassombrada – expressão do interior mineiro, numa cidade em que se fabricava pinga Paracatulina, que não sei se ainda existe. Pedro Rogério, acima mencionado, fez suas observações: “sábios da velha ordem que está sendo desmantelada pela força da opinião pública que sustenta a ‘Lava Jato’ decifram o enigma Joaquim Barbosa, assemelhando-o à figura de Jânio Quadros aprimorado à era digital. Jânio inventou a vassoura para ‘limpar a bandalheira’, dizia o jingle de sua vitoriosa campanha. Barbosa, contemporâneo de nossa época, brandirá o sucessor da vassoura, o aspirador de pó ético, agora conhecido pelo nome de Ministério Público, instituição que moldou o viés jurídico do provável candidato. O paralelismo com o intransigente Jânio é aceitável, mas acaba aí. São homens diferentes na sua composição moral e ética. Torço para a decifração da velha ordem estar errada, pois o Brasil não merece mais sobressaltos, não pode ter mais sobressaltos, como os que atropelaram o Brasil na Era Jânio”. Diria eu: muita gente boa agora votará em branco.
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