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Mensagem: Tudo segue como dantes Manoel Hygino Aconteceu em abril. O presidente da República sancionou, sem vetos, projeto que endurece penas para roubos e furtos, como os de caixas eletrônicos com uso de explosivos. Os delitos passam a qualificados, com prisão de 4 a 10 anos. O furto e roubo dos respectivos equipamentos também aumentam o tempo de prisão. O roubo com emprego de armas de fogo cresce dois terços da pena e, se houver lesão corporal grave, a punição será de 7 a 18 anos. Não me parece que a simples divulgação da notícia intimide os bandidos, a julgar pelo que se vê e se ouve pela mídia. No mês passado, um mineiro condenado a 236 anos de prisão, foi recapturado em São Paulo. Iria submeter-se a uma plástica no rosto, sendo detido ao entrar num hospital. O dito cujo escapara da penitenciária de Juiz de Fora, em janeiro, e pretendia não mais ser reconhecido. Condenado 36 vezes, envolvera-se no tráfico de drogas em Contagem e ameaçara policiais, o que constitui imprudência, no mínimo. Agora é prisioneiro em Pouso Alegre. Alegre? Criminoso não tem medo. O que se verifica no Rio de Janeiro, com a intervenção federal na Segurança, demonstra-o de maneira tácita. Prova está, por exemplo, no que aconteceu, há dias, com a torcida organizada do Vasco, em que se incluem marginais. Estes entraram em confronto com a Polícia Militar, obrigando a paralisação do jogo com o Cruzeiro. Os PMs tiveram de usar gás de pimenta e os pais, que ousaram ir à partida levando crianças de colo, tiveram de refugiar-se nas cabines de imprensa. No segundo tempo, formaram-se novos focos de confusão na arquibancada e a polícia foi novamente acionada. Afinal, essa gente o que quer? Futebol ou tumulto? Violência? Em todos os estados e no Distrito Federal, em áreas urbanas ou rurais, corre-se risco de ser atacado por delinquentes armados. O número deles, muitas vezes, é superior ao dos contingentes dos postos ou delegacias policiais. Como bandido nada tem a perder, tudo é válido. Crueldades são praticadas, e o abominável se vai tornando corriqueiro. Há casos quase inacreditáveis. Foi preso no Norte de Minas um cidadão suspeito de participação em sequestro, roubo a banco e assassinato de um delegado no interior da Bahia. Detalhe: era cadastrado com dois números de telefones celulares e com o CPF do próprio presidente da República. No dia 8, anunciou-se que os Correios fecharão 513 agências no país, com demissão de 5.300 servidores. A explicação é de que se pretende diminuir o número de postos de atendimento. Aliás, eles têm sido um dos alvos preferenciais dos bandidos no interior. Em Montes Claros houve cinco assaltos em um mês. O brasileiro, a se levar em conta os fatos mais recentes, deve assumir a posição do médium e escritor, também apresentador de televisão, Luiz Gasparetto, falecido em São Paulo. Ele confessava: “não tenho medo de morrer porque convivo com fantasmas o dia inteiro”. É o que ocorre diariamente nas cidades ou nos campos.
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