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Mensagem: Prestação de contas Alberto Sena Outro dia mesmo, com 17 anos, iniciava carreira de jornalista diretamente na Redação de “O Jornal de Montes Claros”, e a cidade ainda estava com seus mais de cem mil habitantes. A carteira de trabalho foi assinada pelo jornalista e advogado Oswaldo Antunes, dono do jornal, na Rua Doutor Santos, 103, onde atualmente é uma agência bancária. Corria o ano de 1969. A primeira cobertura foi de Esportes, e logo depois, Polícia. Passados menos de três anos, me transferia para o jornal Estado de Minas, em Belo Horizonte, onde tive a sorte de ser indicado pelo amigo Mário Ribeiro ao editor Geral do Estado de Minas, jornalista Cyro Siqueira, levado pelas mãos do amigo Robson Costa, jornalista filho de minha professora no curso Primário, Dona Bernadete Costa, no então Grupo Escolar Gonçalves Chaves. Cyro pediu ao Robson para me levar ao jornalista e escritor Wander Piroli, editor de Polícia (em maio deve ser lançado um livro sobre ele, da lavra do escritor poeta e jornalista Fabrício Marques) e, então, pude muito aprender com ele e com veteranos como Fialho Pacheco (cinco prêmios Esso), Vargas Vilaça, Paulo Emílio Coelho Lott (Peclott), Roberto Drummond, Celius Aulicus (General), André Carvalho, Délio Rocha, Sebastião Martins, Olympio Coutinho, Lincoln Gonçalves, entre outros. Passou-se meio século. Num átimo. E neste momento vem a reflexão do quanto a vida humana no planeta é curta. Não quero dizer com isso que estou morrendo, embora tenha morrido várias vezes a cada um dos humanos queridos que partem deste plano para uma das moradas do Pai. Pelo contrário, estou no melhor da minha vida. Em paz, com saúde e alegria de viver. Mas, evidentemente, nada posso garantir porque estou literalmente nas mãos de Deus, disso tenho consciência plena. Depois desses anos todos como jornalista, nessa fase atual da vida pude perceber poder fazer algo mais. Com uma máquina fotográfica na mão descobri uma outra maneira de ver a vida. E, desde então, a câmera fotográfica passou a ser a minha companheira. Ando sempre com ela. Qualquer coisa bonita ou feia, saco-a e disparo, como aconteceu no último sábado, em um supermercado da capital, onde um mendigo apanhado furtando um pedaço de carne quase foi estrangulado pelos seguranças. No final de 2017, revelei a mim mesmo e ao mundo como escritor ao lançar o meu primeiro livro “Nos Pirineus Da Alma”, no qual relato em 192 páginas, sendo 34 com fotos coloridas, as nossas duas experiências – minha e de Sílvia Batista – no Caminho de Santiago de Compostela, na França e na Espanha, onde percorremos 1.300 quilômetros a pé, com mochila nas costas, em 40 dias somados (o livro está à venda nas livrarias da Savassi, em Belo Horizonte, e nas livrarias de Montes Claros, podendo ser enviado pelos correios, bastando para isso, quem quiser, demonstrar o interesse para contato). Outros livros estão a caminho, se Deus quiser, e o próximo deles poderá ser lançado no final deste ano, de crônicas sobre a nossa Montes Claros querida, de quando nós podíamos nos encontrar em cada esquina. Hoje, Montes Claros tornou-se metrópole, com os bônus e os ônus de cidade grande, ao se expandir por todos os lados e crescer para cima, com os arranha-céus integrando a paisagem. Acredito já ter ultrapassado a metade do meu tempo, mas isso não me incomoda porque o importante é gostar de viver e sentir-se vivo. Não ser casmurro nem ranzinza, sempre buscar ajudar a construir um mundo de paz, concórdia e bem-estar para todos os seres viventes. Quem me acompanha sabe, sempre há uma boa mensagem a divulgar, dentro do princípio do pensar consciente, pensamento holístico, com atuação local. Graças ao Jornalismo, tive a oportunidade de dar volta ao mundo. Fiz viagens incríveis, e a principal delas foi a Israel onde pude seguir os passos de Jesus Cristo pela chamada “Via Dolorosa”, em Jerusalém. Visitei o Santo Sepulcro. Fiz o Caminho de Santiago duas vezes. Visitei as Muralhas da China. Fui ao Japão. E outros lugares mais. Como diz o meu amigo que há anos não vejo, Alair Almeida, “não tenho o que me queixar da vida, s’eu queixo é de burro”. Mas, não tive tempo de ganhar dinheiro. Em compensação, durmo diariamente oito horas de sono sereno, com a consciência tranquila, pessoal e profissionalmente. Creio em Deus. Sinto Deus em mim. Diante de quem me coloco como um cano de PVC vazio. A água não é minha. Sou um servo reles cheio de gratidão. Sei que todos nós estamos de passagem pelo planeta Terra. Não sei para onde irei ao atravessar a porta. Não me preocupo com isso, ocupo. Sempre busquei ser ao invés de ter. Não fui cooptado pelo consumismo. E se fosse para recomeçar, tudo faria novamente. Claro, com aprimoramentos vários. Hoje, posso dizer de coração e alma cheia de sonhos por concretizar: nada sou. Vivo porque em mim há uma centelha do “Eu Sou”.
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