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montesclaros.com - Ano 25 - terça-feira, 12 de novembro de 2024
 

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Mensagem: O PECADO DA MAÇà Glorinha Mameluque Acabo de assistir o curta metragem intitulado “O PECADO DA MAÇÔ, rodado e com artistas amadores de Montes Claros, que aborda um tema polêmico. Fazendo uma pequena crítica, teço meus elogios à produção, que de maneira leve e um pouco lúdica aborda o tema, entremeando uma bela trilha sonora, fazendo ressaltar a tese de que “A capacidade de amar não se esgota com a idade.” Ao final, a protagonista , por vir de um antigo casamento e estando inclinada a se entregar a outro, procura ajuda e orientação, no que não é acolhida por um “falso” representante da Igreja. O assunto tem sido fonte de debates e tentando esclarecer alguns pontos frágeis, cito aqui alguns itens da Carta pós-sinodal “Amoris Laetitia” do querido Papa Francisco, que bem podem ilustrar as dúvidas ali colocadas. O que esse documento faz é olhar com carinho as duas discussões: indissolubilidade do matrimônio e a misericórdia da Igreja diante daqueles que não puderam manter essa indissolubilidade. Esse olhar é muito importante, de vez que existe uma infinidade de casos em que os casais ou apenas um deles fez grandes esforços para salvar o primeiro casamento e sofreu um abandono injusto. Como membro do Tribunal Eclesiástico Interdiocesano, que entre outras coisas, trata da nulidade do matrimônio, tenho visto inúmeros casos em que de fato o primeiro casamento nunca deveria ter existido e que a Igreja como mãe misericordiosa, vem resgatar a pessoa ferida, dando-lhe uma nova oportunidade, após minucioso e seríssimo processo. Reporto-me ao Boletim da Santa Sé de 05/08/2015 que diz: “A Igreja sabe bem que tal situação contradiz o sacramento cristão. Todavia, o seu olhar de mestre parte sempre de um coração de mãe: um coração, que animado pelo Espírito Santo, busca sempre o bem e a salvação das pessoas. Eis porque sente o dever ‘por amor da verdade’, de bem discernir as situações. Se olharmos também para estes novos laços com os olhos dos filhos pequenos, vemos ainda mais a urgência de desenvolver nas nossas comunidades um acolhimento real para com as pessoas que vivem tais situações. Eles são aqueles que sofrem mais, nestas situações. De resto, como podemos recomendar a esses pais que façam de tudo para educar os filhos à vida cristã, dando a eles o exemplo de uma fé convicta e praticada, se os mantemos à distância da vida da comunidade, como se fossem excomungados? ...Nestas décadas a Igreja não ficou insensível. Graças ao aprofundamento realizado por pastores, cresceu muito a consciência de que é necessário um fraterno e atento acolhimento, no amor e na verdade, para com os batizados que estabeleceram uma nova convivência depois do fracasso do matrimônio sacramental; de fato, essas pessoas não foram excomungadas: não são excomungadas! E não devem absolutamente ser tratadas como tal; elas fazem sempre parte da Igreja.” O documento “Amoris Laetitia” confirma: “Não só não devem sentir-se excomungados, mas podem viver e maturar como membros vivos da Igreja, sentindo-a como uma mãe que sempre os acolhe, cuida afetuosamente deles e encoraja-os no caminho da vida e do Evangelho” (AL 298) Infelizmente, em algumas vezes não é isto que presenciamos por parte de alguns agentes da Igreja, que excluem, não acolhem e ainda tratam mal e humilham as pessoas nessa situação. O ícone bíblico do Bom Pastor(Jo,11-18) resume a missão que Jesus recebeu do Pai: aquela de dar a vida pelas ovelhas, mesmo as que se desgarraram do rebanho. O próprio Evangelho exige que não julguemos nem condenemos (Mt7,1;Lc 6,37) e o próprio Jesus nos ensinou quando acolheu a prostituta e o pecador. Portanto, o caminho da Igreja deve ser o de Jesus: o caminho da misericórdia e da integração. O caminho da Igreja é o de não condenar eternamente ninguém; derramar a misericórdia de Deus sobre todas as pessoas que a pedem com o coração sincero. Recorrendo ainda ao Papa Francisco na sua carta “Amoris Laetitia”: “Por isso, um pastor não pode sentir-se satisfeito apenas aplicando leis morais àqueles que vivem em situações ‘irregulares’, como se fossem pedras que se atiram contra a vida das pessoas. É o caso dos corações fechados, que muitas vezes se escondem até por detrás dos ensinamentos da Igreja para se sentar na cátedra de Moisés e julgar, às vezes, com superioridade e superficialidade, os casos difíceis e as famílias feridas.”( AL 305) (São palavras do Papa e não minhas) Graças a Deus, temos em Montes Claros, duas opções de acolhimento a todos aqueles que abraçaram um novo relacionamento, pelo fracasso do primeiro: o Tribunal Eclesiástico que acolhe e analisa os casos passíveis de nulidade e os Encontros do Bom Pastor, de iniciativa da Pastoral Familiar, já atuantes em várias Paróquias, que acolhem, orientam e incluem na Igreja os casais de segunda união. Glorinha Mameluque. Escritora. Membro da Academia Montesclarense de Letras.

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