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Mensagem: Pé no Caminho Alberto Sena Algumas pessoas me perguntam quanto tempo levei para escrever “Nos Pirineus Da Alma” e também sobre outros detalhes não encontrados no livro. Aproveito o ensejo para responder a quem interessar possa, porque sinto em cada uma dessas pessoas o desejo de percorrer a trilha milenar, o Caminho de Santiago de Compostela, na França e Espanha até a famosa Catedral onde estariam os restos mortais do apóstolo Tiago Maior. Uns não fazem a caminhada porque não dispõem de recursos para bancar as passagens de ida e volta e muito menos a estada. Aproveito para informar: o correto é dizer “estada”, porque “estadia” é de navio no porto. Quase sempre ouço as pessoas dizerem “feliz estadia”, e penso logo em um navio chegando ou saindo do porto, como acontece com a própria vida, uns chegam e outros partem. Há os que não fazem o Caminho porque convivem com alguma dificuldade física. Mas nem toda dificuldade física seria empecilho para alguém fazer o percurso. Encontramos pessoas, poucas, é verdade, com limitação física e ainda assim tinham os seus motivos para fazerem a caminhada. Quem percorre 100 quilômetros, comprovadamente, com o “passaporte” da caminhada contendo os carimbos dos lugares por onde passou, recebe a “Compostelana”, documento comprobatório, Cada um faz o seu Caminho. O importante é dar o primeiro passo. As pessoas mais velhas, mesmo sendo dotadas de espírito aventureiro, muitas delas já chegaram à conclusão de que não têm mais ânimo para uma empreitada dessa, a pé; andar mais de 800 quilômetros, correndo alguns riscos não tão sérios a fim de concluir tudo na famosa Catedral. Mas a maioria das pessoas acha de duas uma, ou as duas: fazer o que fizemos é uma loucura – e até admitimos, mas como loucura lúcida, porque ao fim e ao cabo a gente tem de admitir, é uma façanha poder provar a si mesmo até onde vão os limites, sem que para isso seja necessário cometer exageros. A outra ideia é de que fizemos uma besteira sair andando com um pedaço de pau na mão, gastando salto e sola de botina. Cada um tem todo direito de pensar o que bem quiser a respeito do Caminho. Em nossa opinião, foi uma das coisas mais importantes em termos do nosso viver, sentimo-nos vivos, pisando o chão do planeta, livres, podendo andar e ouvindo o silêncio contemplar as belezas de Deus semeadas por todos os cantos, até onde as vistas conseguem enxegar, na linha sinuosa do encontro da Terra com o Céu. O livro “Nos Pirineus Da Alma”, agora respondendo aos que me perguntam quanto tempo levei para escrevê-lo, a rigor esperei 15 anos. Para escrever foi até rápido. Neste momento penso e peso, uma experiência dessa não se pode pôr no papel açodadamente. É importante ibernar dentro da gente para desabrochar quando é chegado o tempo. Para fazer uma caminhada como a de Compostela é necessário um trabalho de preparação, a começar da prática de andar e andar. Claro, cada um faz como quiser, mas convém munir-se de uma boa mochila e da indumentária apropriada, o que se pode encontrar nas casas comerciais do ramo. É de se supor que quem dá ouvidos aos chamamentos do Caminho seja enfronhado minimamente nas coisas da internet. Assim sendo, convém acessar os vários sites do milenar trajeto, por meio do Google. A quantidade de informação é enorme e dessa maneira o peregrino de alma irá fazer uma caminhada abençoada. O fundamental é sair daqui do Brasil levando simplesmente o necessário como muda de roupa, inclusive íntimas; artigos de higiene, de modo a não superar 10% do peso corporal. É preciso entender bem, uma mochila pesada fica mais pesada ainda a cada passo. Leve-se em conta também, mochila pesada denota o materialismo da pessoa. Há os que fazem o Caminho com apoio de vans. Mas o gostoso mesmo é viver a caminhada com mochila nas costas, cajado na mão e as possíveis dificuldades encontradas. Nada acontece durante o percurso que não deveria acontecer. É assim também com a vida. O Caminho de Santiago é, portanto, como o viver aqui, lá e acolá. É subjetivo. Está dentro de cada um de nós. A gente sai dele, mas ele nunca mais sai da gente. P.S.: Em Montes Claros o livro ´Nos Pirineus Da Alma´ é encontrado na Livraria Palimontes. Quem optar por receber pelos Correios, manifeste o interesse por meio de mensagem e entraremos em contato ´in box´.
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