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Mensagem: Mais brasileiros viram santos Manoel Hygino A cada dia, descobrimos fatos até então guardados na história de um Brasil com mais de quinhentos anos, além de novas interpretações sobre registros antigos, até recentemente vistos sob outros ângulos. Faz parte. Apesar de seus cinco séculos, somos uma nação nova, se comparada a outros pedaços e povos estabelecidos no planeta. Neste outubro, o papa Francisco anunciou que, no dia 15, canonizaria, na Basílica de São Pedro, os primeiros mártires brasileiros. São os sacerdotes André de Soveral e Antônio Francisco Ferrero, e o laico Mateus Moreira, camponês, além de outras 27 pessoas. Por mencionados beatos, a população cristã católica brasileira não esperava, porque havia outros importantes candidatos na fila de canonização. Os ora relacionados trouxeram surpresa, principalmente porque do Rio Grande Norte tem-se falado predominantemente em presídios, fugas e mortes, em tempos mais recentes. Em todo caso, porém, há fatos novos a registrar. Haverá santos e, agora, em três dezenas. Serão canonizados sem terem realizado os milagres, tão profundamente pesquisados antes de comprovados pela Congregação para as Causas dos Santos. Primeiros mártires e santos brasileiros, foram assassinados entre os dias 16 de julho e 3 de outubro de 1645, pelos protestantes calvinistas holandeses no Brasil naquela época. A execução foi em Cunhaú e Uruaçu, durante uma missa dominical celebrada por André de Soveral. Eles tinham sido beatificados pelo papa João Paulo II em março de 2000, na Basílica de São Pedro. Emissários holandeses enviados para investigar os massacres constataram a prática de violência, atrocidade e crueldade. Cronistas da época relatam que, em Uruaçu, a crueldade foi terrível. Os índios tapuias e a tropa holandesa fecharam as portas da igreja e mataram os detidos. Arrancaram línguas, deceparam braços e pernas, cortaram crianças ao meio e degolaram corpos. A história dos massacres foi pesquisada na Torre do Tombo, em Portugal, e no Museu de Ajax, na Holanda. Segund documentos, os holandeses ofereceram aos católicos a opção de salvar a vida, se eles se convertessem ao calvinismo. Com a notícia das atrocidades em Cunhaú, o medo se espalhou pelo Rio Grande do Norte e capitanias vizinhas. Com razão. Outra vez sob as ordens de Jacob Rabbi, mercenário alemão, a serviço dos holandeses, um grupo de dezenas de pessoas, entre as quais o próprio padre André de Soveral, foi massacrado. O camponês Mateus Moreira teve o coração arrancado pelas costas, enquanto repetia a frase “Louvado seja o Santíssimo Sacramento”. Os mártires brasileiros serão canonizados em cerimônia ao lado de dois meninos mexicanos conhecidos com Mártires de Tlxcala: o espanhol Faustino Miguez, fundador do Instituto Calasancio, Filhas da Divina Pastora, e o sacerdote franciscano italiano Luca Antonio Falcone.
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