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Mensagem: No sertão, o acidente na via pública Manoel Hygino No dia 8 aconteceu. O menino de 11 anos, que ia com o pai, de 50, em carroça carregada de madeira e entulho, foi vítima de acidente. O veículo foi colhido por um coletivo, tombou e uma porretada atingiu a criança. O pai, ao voltar de desmaio, comentou: “ele estava mole sobre mim”. O depoimento, cruel, se estendeu. “Eu já sabia que tinha morrido. Ele sempre me acompanhava. Era meu companheiro. Não sei o que vou fazer”. O rapazinho acordava diariamente antes do pai e cuidava de alimentar o cavalo que puxava a carroça, sustento da família. Ajudava o pai e, à tarde, frequentava a escola. Havia dois irmãos: de 16 e 4 anos, e uma irmã, de 13. Estudava no sexto ano. A mãe, que chegou em seguida ao local do episódio, resignou-se: “pelo menos, agora está num lugar melhor”. Naquele dia, registrava-se o maior terremoto dos últimos cem anos, com 8,2 graus, no México. Um alerta de tsunami levou o medo a milhões de pessoas, enquanto mais de sessenta perderam a vida e centenas se feriram. As regiões mais afetadas se localizavam nos estados de Oaxaca e Chiapas, os dois mais pobres do país. No Sudeste brasileiro, as temperaturas subiram nos termômetros, as camisas se encharcaram de suor, a umidade do ar alcançou altos índices. A meteorologia não previa chuvas nos dias seguintes, como lamentavelmente ocorreu. Nos gabinetes com ar-refrigerado de Brasília, discutiam-se as mazelas e crimes no cotidiano da administração pública e nos corredores parlamentares, buscando meios e jeitos de os já acusados, ou ainda não, se safarem da conjuntura adversa. Todos tão inocentes, as pistas são falhas, tendenciosas e falaciosas, tudo invenção dos adversários e da imprensa, que parece cuidar apenas da maledicência e da divulgação de notícias inconsistentes. Desengonçadas carroças do interior brasileiro não transportam fortunas sob sol forte e castigante. Milhões em cédulas não circulam pelas ruas aos cuidados de pais paupérrimos e crianças que acordam em horas ermas. Para os proprietários de riquezas, há meios especiais de transporte e locais adequados para depósito seguro. Há mais de dois mil anos, um cidadão, cuja existência é ainda posta em dúvida, advertia: “Ai de vós, que carregais os homens com fardos difíceis de suportar”. Estes registros e considerações impelem-nos, quase automaticamente, a um pastor batista em Montgomery, Alabama. Depois de Martin Luther King assumir o posto de pastor da Igreja Ebnézer, na Geórgia, pronunciou um discurso que se multiplicou pelos quatro cantos do mundo. Do alto dos degraus do Lincoln Memorial, em Washington, declarou: “Eu tenho um sonho... Eu sonho que, um dia, todo o vale se elevará e todas as colinas e montanhas abrandarão. Os lugares acidentados serão nivelados, os caminhos tortuosos se endireitarão, a glória do Senhor se revelará”.
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