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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 16 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Aluno de uma aula só Manoel Hygino - Hoje em Dia (01/12/16) Quem acompanha as transmissões de televisão, em vivo, como gostam de dizer os portugueses, espanta-se ao ouvir erros gramaticais vergonhosos. O verbo haver, por exemplo, coitado! Foi praticamente banido, aqui. Passou a sinônimo de ter na linguagem corrente no Brasil, como observou o conspícuo Antenor Nascentes. Não se usa mais “há 30 anos”, mas “tem 30 anos”. Gente usa e abusa da língua pátria, ou nas vias públicas ou nas ilustres tribunas do Congresso Nacional. Não sei as notas que determinados parlamentares conquistariam numa seleção para candidaturas, se o português fosse condição para aprovação. Nem gostaria de referir-me a outras palavras, como “aonde”, cujo emprego nos textos e na oratória constituem verdadeira calamidade. “Onde” e “aonde” são demonstração inequívoca na má utilização do vernáculo; é mais do que isso, pois erro crasso e inaceitável. Há gente (preste atenção no correto emprego), que não passou sequer pela Escolinha do prof. Raimundo, do Chico Anísio pela Globo, e se mete a gato mestre na língua que imortalizou Camões, ou que o gênio imortalizou, melhor dizendo. Nem frequentou aulas do seriíssimo (confiram o superlativo), mestre José Mesquita de Carvalho, nascido em Mariana, nem segue o exemplo de perfeccionismo de Eduardo Almeida Reis, membro da Academia Mineira de Letras. Por oportuno, recordo Edmilson Caminha, um dos melhores autores brasileiros da atual geração. Em agosto deste ano, um artigo seu no “Jornal da ANE”, Associação Nacional de Escritores, recebeu título de “Nosso Napoleão, o imperador da língua”. Focalizava Napoleão Mendes de Almeida, um dos maiores professores do idioma pátrio, autor da excelente “Gramática Metódica da Língua Portuguesa”, que, no ano passado, alcançou a quadragésima edição, com mais de 500 mil exemplares vendidos. Napoleão Mendes de Almeida lutou muito para vencer. Nascido em Itaí, interior de São Paulo, estudou letras clássicas e filosofia, e, depois Direito, na famosa faculdade do Largo de São Francisco. Tentou o magistério por um ano, mas desistiu. Mendigou e dormiu nas ruas da capital, internando-se, por tuberculose, em um sanatório para indigentes que existia em Campos do Jordão. Ei-lo, em seguida, substituindo João Ribeiro na coluna “Questões Vernáculas”, no Estadão, onde permaneceu 40 anos. Casado, criou os primeiros cursos de português e latim por correspondência. A esposa o advertiu: “Ensinar pelo correio em um país de ignorantes? É claro que não vai aparecer ninguém! Você morrerá de fome!”. A iniciativa deu certo e encontrou seguidores nas décadas seguintes. Lembra-se de sua entrevista no jornal, em 1990. Ele contou que alguém se inscrevera às lições de português por via postal. Era um certo Luiz Inácio da Silva, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo. “Pagou o primeiro mês de aulas por correspondência e não respondeu a uma sequer. De modo que não posso dizer nada da fraqueza do português dele”.

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