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Mensagem: Um singular prefeito de Minas Manoel Hygino - Hoje em Dia Li o livro sobre um personagem raro: o prefeito de uma cidade importante em uma região não merecedora da atenção devida, em termos de reivindicações e demanda, dos homens que ascendem ao poder. Antônio Lafetá Rebello – Toninho Rebello, ali nascido e escolhido por sua gente, dispensava salamaleques. Agiu com retidão, competência, honestidade e humildade na chefia dos negócios do município, como depôs o jornalista Jorge Silveira, um dos autores de mencionada publicação. Rico, não apreciava ostentação, sertanejo simples, e que, como homem público, tinha exemplar respeito pelo dinheiro do contribuinte. Durante dez anos, em duas gestões, mostrou quem era. Destinou integralmente sua remuneração para entidades beneficentes, sempre andou no seu próprio carro, que ele mesmo dirigia (um Fusca, no primeiro mandato, e um Corcel, no segundo), não aceitava presentes, não permitia que os filhos sequer se aproximassem da sede da prefeitura para evitar suspeitas e as más-línguas. Instado a disputar novamente o cargo, descartou: “eu sou um homem ultrapassado para a política de hoje. Não sei fazer nada do que os novos políticos fazem. Esse comportamento não serve para mim”. Quem percorreu as ruas de sua cidade não encontrou placas indicando as obras que realizou, como assinala a co-autora do livro, Ivana Ferrante Rebello, professora universitária, doutora em Literatura em Língua Portuguesa e mestre em Estudos Literários, dentre outros títulos. A professora acrescenta: “Foi um homem simples, bom, leal a seus princípios. Era irrequieto, obstinado e empreendedor, discreto ao extremo, bastante exigente com seus filhos, que tão bem soube se resguardar da luz e da lama que costumam resvalar da cena política”. Mas, há uma observação especial: “neste livro não pretendo idealizar Toninho Rebello. Meu objetivo é apenas contar uma história. Uma história que a cidade de Montes Claros merece conhecer”. Prefeito de uma cidade marcante na crônica de Minas, Antônio Lafetá Rebello seguiu identificado com o diminutivo carinhoso – Toninho ou, até, “Seo Tunin”, mantendo-se na humilde altivez de homem bom, porque grande nunca desejou ser. Paulo Narciso, jornalista, consignou suas impressões do cidadão, pater famílias, amigo da população. Ao tomar conhecimento de sua morte, em novembro de 1992, lembrou: “pelo telefone novamente o revi, manso, prudente, modesto, limpo no corpo e na alma, como sempre metido em camisa alva... limpa como ele, sóbrio como sempre foi. Morto, parece ainda maior do que vivo”. O menino que nadara nas águas do rio Vieira, que fora piloto e se preparara para servir à FEB na Segunda Guerra Mundial, se fez herói na própria terra. Evidentemente, encontrou adversários, mas sobrevoou sobre as intrigas, deixando um legado de valiosos empreendimentos. Chefiou o município sem mordomias, sem carro oficial, tendo como seu líder na câmara municipal um representante da oposição. A cidade respirava desenvolvimento, em plena paz. O livro “Toninho Rebello – O homem e o político”, de Ivana Rebello e Jorge Silveira, que o escritor Reinaldo Veloso Souto me trouxe em mãos, deve ser lido e analisado. Quem sabe surtirá algum efeito positivo sobre os dias degradados de nossa política atual?
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