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montesclaros.com - Ano 25 - terça-feira, 19 de novembro de 2024
 

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Mensagem: O Macaúbas do Sertão Manoel Hygino - Hoje em Dia Itacambira significa “pedra pontuda no meio do mato”. É tupi-guarani, mas tem outras acepções. Ficamos com a que aí está para não criarmos mais problemas. É o nome de uma cidade pequena e pacata no Norte de Minas, que não quer incomodar ninguém: apenas viver e ser útil com sua população. Agora, o Ministério de Integração Nacional promete dar andamento à construção de uma barragem ali, abrangendo também Grão Mogol (é novela como toda obra pública neste país) para abastecimento de água e geração de energia para vários municípios. Servirá ainda para ajudar no controle de cheias nos rios Verde Grande e Jequitinhonha. Mas Itacambira tem história, às vezes triste. Anos atrás, despertou o interesse da mídia americana, pelo elevadíssimo índice de pessoas castigadas pela doença de Chagas. Para lá se deslocaram repórteres de Tio Sam. Em seguida, descobriram-se corpos mumificados na sua igreja de Santo Antônio, que impressionaram estudiosos, mas especialmente o eng. Simeão Ribeiro Pires, que aprofundou pesquisa sobre sua origem e causas. Uma das peças se encontra em instituto científico do Rio de Janeiro. Guimarães Rosa, no desbravamento do sertão e suas veredas, lança a hipótese de ali ter sido batizada Diadorim, o que também mereceu consideração de Simeão. Há alguns anos, marginais invadiram o templo à noite (naquele tempo, ainda se davam ao cuidado de surrupiar após as trevas chegarem) e levaram consigo imagens, jamais recuperadas. Em tempo mais próximo, encontrei na “Histórias de Minas Gerais”, do excelente João Camillo de Oliveira Torres (2015 é seu centenário), informação de que em Itacambira existiu um estabelecimento para recolhimento, moradia, estudo e oração para moças e senhoras. Até então, as mais conhecidas casas do tipo eram o Caraça, para rapazes, e o Macaúbas, em Santa Luzia, para o sexo feminino. Dário Teixeira Cotrim, dos Institutos Históricos e Geográficos de Montes Claros e Minas Gerais, tem belo livro sobre Itacambira, mas não faz referência ao fato. Não é o único, o que me levou a aprofundar a investigação. Colhi dados valiosos em livro do Instituto Cultural Amilcar Martins, na rua Ceará, na capital, que seleciona, protege, recupera e disponibiliza muito do que há de valioso em termos de nossa história. Finalmente, cheguei a Ana Cristina Pereira Lage, professora de Licenciatura em História e Bacharelado em Humanidades da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, recentemente chegada de Portugal. Ana Cristina esclarece de vez; o recolhimento que recebeu o nome de Vale de Lágrimas existiu, não é ficção. A Casa ficava entre os rios Araçuaí e Fanado, aos pés de um morro, mas foi obrigada a transferir-se em consequência da insalubridade causada pelas cheias. O novo local, era o Arraial de Santa Cruz da Chapada e um médico atendeu as enfermas: o dr. Antônio Xavier Ribeiro. Em seu novo acolhimento, já se encontravam aquelas senhoras e moças, com suas escravas e gado, em 1780. Tampouco em Chapada do Norte permaneceu. A minha pergunta: não se encontraram sequer ruínas da primeira Casa do Acolhimento? Encontrá-las fisicamente seria grande achado.

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