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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 2 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Adios Diego!!! A Argentina se despediu esta semana do mito Diego Armando Maradona. Gênio da pelota, craque, polêmico, brigador, que apesar de todos os reveses nunca perdeu o respeito dos argentinos e dos amantes do futebol pelo mundo afora. Tive a felicidade de assistir a diversos jogos de Diego Maradona, inclusive a final da Copa de 90. Ele fazia do seu futebol uma arte, uma pintura para aqueles que assistiam. O sentimento pela perda de Maradona se parece muito com o sentimento que assolou o Brasil em 1994 quando da perda do nosso ídolo Airton Sena da Silva. Parece que vivemos um “vazio coletivo” uma “ tristeza conjunta” como se parte de cada um de nós tivesse partido. O luto coletivo vivido pelos argentinos em muito se assemelha ao luto coletivo vivido por nós em 1994. Com uma pequena diferença. A vida íntima de Airton longe das pistas da Fórmula I em nada se assemelha com a conturbada vida de Diego longe dos campos de Futebol. Maradona foi pego em dois exames antidoping, sendo um na Copa do Mundo dos Estados Unidos, o que marcou definitivamente o início do fim da sua carreira de jogador. Foi uma lenta agonia passando por diversos times como treinador e também como técnico da seleção Argentina na Copa da África do Sul. Com técnico ele não teve o mesmo êxito como o genial atacante matador que sempre foi, tanto que levou o Nápoles da Itália a glórias jamais vividas. Por isto também é chamado até hoje de “ O Rei de Napoli”. Em Napoli ele também conheceu o submundo das drogas. Conviveu e lutou contra ele dos quarenta até os sessenta anos encerrados na semana passada. Assiti a vários comentários em vários canais de TV, rádio e li em vários jornais elogios, críticas, reflexões e comentários sobre a trajetória de Dieguito, como era chamado pelos amigos. Mas na minha opinião o mais forte deles foi o do ex-jogador e hoje comentarista de TV, Casagrande. Aos prantos ele narrou a profunda admiração que tinha pelo futebol de Diego e queixou-se de que o craque argentino não tenha tido as oportunidades de recuperação e superação que lhe foram proporcionadas por diversos amigos e colegas de trabalho. E narra a insistência do Diretor de Esportes da Globo para que ele, Casagrande, abandonasse o álcool e as drogas. Segundo Casão quem sabe não faltou esta “ pessoa amiga” que lhe desse a mão como a famosa “ mão de Deus” que lhe auxiliou no gol de cabeça contra a Inglaterra em 1990. Outro comentário em jornal que nos chamou a atenção e também nas redes sociais foi o seguinte: “ Espetacular atleta, homem nem tanto.”. Como se fosse possível dissociar o artista do ser humano, o político do ser humano, o nosso ídolo do ser humano. Somo híbridos. Corpo e alma que amanhecem e dormem juntos. Com suas alegrias, suas dores, decepções, derrotas e vitórias Alguns administram esta dicotomia melhor que outros. Mas faço uma leitura da trajetória de Maradona e uma comparação com centenas de jovens brasileiros que nasceram pobres e que por conta das habilidades futebolísticas chegaram ao estrelato. São jovens que da noite para o dia passaram a conviver com milhões de euros, alguns sem sequer terem jogado na sua terra natal. E infelizmente não conseguem “ administrar” a nova realidade de luxo, poder e glória. Talvez Dieguito tenha vivido este drama. De menino pobre da periferia de Buenos Aires à Rei de Nápoles na maior transação financeira da história. Penso que não devemos criticar por criticar o homem Maradona vez que todos temos os nossos defeitos. Mas enaltecer para os jovens e para aqueles que não o conheceram as virtudes de um craque, de um gênio do futebol que tantas alegrias trouxe aos apaixonados do futebol na Argentina e em todo o mundo. Para terminar lembro as palavras do Segundo maior jogador de futebol de todos os tempos em entrevista à TV Argentina. Indagado por uma repórter o que gostaria de deixar escrito para ser lido após a sua morte ele respondeu: “ Eu amo o futebol, amo a “ pelota”, fui feliz com o futebol e fiz várias pessoas felizes. Parecia até que eu estava voando... Voando para tocar a mão em Deus!... Se tiver que voltar à terra gostaria de voltar de novo como jogador de futebol. E nascer de novo na Argentina. Fazer tudo de novo... Ser Feliz”! Descanse em paz Dieguito! Vai se encontrar com Garrincha e driblar as nuvens em direção ao infinito em que todos nós um dia iremos estar. Adios!!!! Gustavo Mameluque. Jornalista. Apaixonado pelo futebol arte de Pelé e Diego Armando Maradona.Cronista do montesclaros.com e colaborador do Novo Jornal de Noticias. Montes Claros-MG.

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