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Mensagem: Olhar o céu e orar Manoel Hygino Meio ano já se passou, mês que vem é agosto, de calor intenso, ventos fortes, que levantam a poeira nas cidades em que não há pavimentação, formando redemoinhos que incomodam os que andam a pé e ofuscam a visão dos motoristas nas vias urbanas ou nas estradas. Mas é também o período em que os agricultores e os fazendeiros olham para as alturas e fazem votos de que a chuva não falte para recompensa dos esforços dos que cultivam a terra. José Ponciano Neto, técnico em Meio Ambiente e Recursos Hídricos, antecipa o que pode acontecer: “Creio que teremos boas precipitações neste próximo ano agrícola que se iniciará na segunda quinzena de julho à primeiro de agosto”. É exatamente o que esperam os que já se preparam para a semeadura. Alguns duvidam – será? Porque há anos em que as previsões falham. Espera-se que não seja 2019. O tempo não é mais como antigamente, bem definido e seguro. E quase normal que São Pedro não descarregasse sua caixa d’água no período historicamente combinado. O técnico medita: Estamos numa região que, nos últimos anos, vem desafiando os institutos de meteorologia. Lembremos que não é comum chuva apagar fogueira em junho, mas vem acontecendo, para tristeza dos apreciadores das festas no sexto mês. Em junho, já choveu em Glaucilândia e chuviscou em Juramento. O dia 23 foi todo nublado e neblinou na Serra do Espinhaço, próximo às cabeceiras dos Rios Congonhas, Congonhinha e Encantado. Sem água, sem agricultura. Como todas as atividades humanas, as lavouras e o gado têm necessidade vital de que a água flua através da natureza. Um déficit prolongado nesse recurso pode afetar a atividade agrícola e a economia. A seca pode ser definida como um episódio de falta de água, mais ou menos longo, mas suficiente para que o solo e a flora sejam afetados. Esse fenômeno pode ser cíclico ou excepcional, e pode dizer respeito a uma área geográfica mais ou menos vasta. O Norte de Minas têm 12.845.108 Km² de área. Com seus 4,2 bilhões de metros cúbicos de água subterrânea, chuvas geralmente escassas e rede hidrométrica muito baixa, o Norte de Minas carece de água, a priori. Todos os anos recebem cerca de 14,6 bilhões de metros cúbicos de água da chuva, dos quais dois terços evaporam. 4,9 bilhões de metros cúbicos restantes de água fornecem água superficial e subterrânea. Neste período em que a União cuida de engordar seu faturamento, a produção no campo é de grande relevo no orçamento, pela importância da agropecuária na balança de pagamentos. Não se pode perder de vista, contudo, que há brasileiros no sertão das minas gerais carentes de água, que lhes assegura alimento e uma vida menos penosa. É gente que precisa de água, um meio de sobrevivência e de sustento. Quando a água cair das nuvens, é imprescindível que os agricultores tenham recursos para sustentar e ampliar a safra, a produção, a garantia de trabalho. Enfim, água é vida.
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