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Mensagem: O Jequitaí pede prioridade Manoel Hygino Era 1º de abril, dia da mentira, mas o fato verídico. Naquela data, aprovou-se a cobrança de pedágios, por 30 anos, para circulação de veículos na BR-135. Previstas seis praças de cobrança entre Montes Claros e Belo Horizonte, contrariando o pleito de toda a região – duplicação da importante rodovia. Mais uma vez o Norte de Minas é prejudicado, porque se esvai a expectativa de facilitar a ida e vinda de pessoas e cargas entre as duas cidades, lembrando os remotos tempos em que se esforçava para construção de um ramal ferroviário. Eram os idos da primeira metade do século XX. Vê-se que, mais uma vez, os sertanejos são passados a plano inferior e procrastinadas legítimas reivindicações. Vidas se perdem. Há poucos dias, duas carretas bateram de frente em acidente que envolveu também um carro de passeio. Consequência: três mortos e quatro feridos graves, com os corpos das vítimas, das quais uma criança, presos às ferragens. Não só: ônibus com jogadores de futebol, procedentes da Bahia, se chocou com carreta, resultando em duas mortes e 22 feridos, na BR-251, no trevo de Santa Cruz de Salinas. Também no Norte de Minas, um coletivo transportando universitários, e um caminhão, nas proximidades de Várzea da Palma, (na famosa Barra do Guaicuí) se bateram, deixando uma mulher morta e outras 12 pessoas feridas. Com a permanência de pista única para veículos e o pedágio recém-estabelecido, haverá outra nociva consequência: a sobrecarga da BR-385, trecho Montes Claros–Pirapora, com aumento do fluxo de veículos pesados e encarecimento do frete, em face do crescimento do percurso. A população já se organiza para protestar contra estas medidas que prejudicam a economia. Não só isso, que já é muito. Agora se cogita da realocação de verba para a consecução da barragem do rio Jequitaí, reencaminhando o recurso para o projeto de irrigação do Gurutuba, que evidentemente também merece a atenção do poder público. O caso, contudo, é antigo: o rio Jequitaí esperava, com ansiedade e paciência, a obra que lhe estavas reservada há mais de meio século. Não é, aliás, só por esperar tanto, é porque, como diz o técnico José Ponciano Neto, o empreendimento já fora programado e interrompido, mais de uma vez. O empreendimento constituirá, ademais, uma das fontes de produção de água para a maior cidade da região, bem como para a própria Jequitaí e Francisco Dumont, podendo incrementar a vazão do Velho Chico, o rio da unidade nacional, não apenas uma frase de efeito. O São Francisco sofre recentemente e, com ele, a população ribeirinha. Parece que há um sempre renovado ânimo para menosprezar as mais caras aspirações e reivindicações que tanto depende dos governos.
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