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Mensagem: O papa e Maduro Manoel Hygino Enquanto na Venezuela se desenrola a novela inquietante da disputa pelo comando da nação entre o ditador Nicolás Maduro e o autoproclamado presidente e líder da oposição, Juan Guandó, reservas de suprimentos e medicamentos esperam na fronteira do Brasil, em Roraima. A ajuda humanitária está proibida pelo sucessor de Hugo Chávez de ingressar no território ao Norte para atender à demanda de milhões de pessoas. Algo criminoso, como se vê. No Vaticano, convocada pelo papa Francisco, realiza-se a reunião de 190 representantes do alto clero de todo o mundo para discutir o tema (e o problema): “A proteção de menores na Igreja”. Pois exatamente nesse ínterim, o papa tomou outra atitude enérgica. Ele, que não titubeia diante de cardeais, expulsou um sacerdote goiano, de 45 anos, suspeito de abuso sexual contra ex-freiras e ex-noviças, perdendo o padre o status clerical. Significa que o padre, ou ex, ordenado há 19 anos, deixou de ser sacerdote, a punição mais grave que a Igreja Católica pode impor a um clérigo. A expulsão é o desfecho de investigação canônica contra o religioso, que, após passar por muitas dioceses no Brasil, atualmente responde ao bispo de Ciudad del Este, no Paraguai. Citado como molestador de pelo menos 11 mulheres, o padre fora afastado temporariamente. Agora, a decisão é definitiva. Francisco afirmou também: o “povo de Deus” espera “medidas concretas” contra a pedofilia, falando na abertura de cúpula histórica no Vaticano sobre o tema. Aconteceu, na última quinta-feira, na reunião em Roma da qual muito mais poderá advir, e que se aguardará pelos meios de comunicação. Situação delicadíssima na sede da Igreja, mas também na terra descoberta por Colombo. As fronteiras da Venezuela com o Brasil e Colômbia encontram-se fechadas desde a noite de quinta-feira, por decisão de Maduro, tropas armadas para garantir posições. No que tange a Francisco, não há perspectiva de retrocesso. Cabeça dura, Trump insiste também em erguer um muro intransponível no limite com os mexicanos. A região está, pois, sitiada. O que haverá de restar do terrível embrulho em que fomos metidos? No Brasil, atravessamos um período de angústia diante da sucessão de notícias sobre a possibilidade de rompimento de barragens que serviam à produção minerária, fonte expressiva de divisas na balança comercial. Não se esquecerá que, exatamente em fevereiro, registrou-se a renúncia de Bento XVI ao comando da Igreja Católica. Seu ato se tornou conhecido do mundo em pleno dia 28, surpreendendo a cristandade. Uma sobra pairou sobre o trono de Pedro. Bento XVI foi o quarto pontífice a renunciar, o antecedido por Gregório XII, em 1415. A renúncia não invalida os fundamentos e muito menos o que pregou Jesus de Nazaré, e provoca um estremecimento talvez maior que o de 25 de janeiro em Brumadinho. Mas as posições de Francisco têm sido inabaláveis.
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